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Eduardo Bolsonaro erra ao questionar cotação do peso argentino e internet não perdoa

Um dia após a eleição argentina, filho do presidente deu a entender que situação do câmbio no país vizinho seria muito pior do que de fato é, comparando o dólar cotado a R$ 4 no Brasil e a quase 60 pesos na Argentina

Deputado Eduardo Bolsonaro.
Deputado Eduardo Bolsonaro. -
São Paulo - Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado e filho do presidente da República, cometeu uma gafe nesta segunda-feira (28), ao postar em seu Twitter uma comparação entre as cotações do dólar no Brasil e na Argentina, um dia após a chapa de oposição de Alberto Fernández e Cristina Kirchner vencer a eleição presidencial.

"Para quem reclama que o dólar está R$ 4 aqui no Brasil, imagina na Argentina que está quase 60 pesos!", postou o deputado, minimizando a desvalorização do real e tentando comparar as cotações das duas moedas, dando a entender que a situação do câmbio no país vizinho seria muito pior do que realmente é.




Por mais que o peso argentino realmente esteja desvalorizado, equipará-lo ao real não faz sentido sequer matematicamente, já que os 60 pesos citados pelo filho do presidente valem, nesta segunda, R$ 4,04 reais. O dólar comercial está cotado um pouco abaixo disso, a R$ 3,978, operando com queda de 0,61%.

O peso argentino opera em alta de quase 1% nesta segunda, revelando o receio do mercado à vitória da chapa de oposição ao governo do atual presidente Mauricio Macri , mas, ainda assim, a comparação não passa de uma falsa simetria, já que o peso argentino naturalmente vale muito menos do que o real, então 60 pesos valem, na prática, o mesmo que R$ 4.

Como comparação, o salário mínimo argentino , reajustado em agosto deste ano, é de 16.875 pesos, o que, na cotação desta segunda, representa R$ 1.134,35. No Brasil, o salário mínimo é de R$ 998.