Geral
Justiça ouve PMs como testemunhas de defesa de militares que fuzilaram carro de músico
Músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, acabou morto após carro ser atingido por 80 tiros, além do catador Luciano Macedo, que foi socorrer o motorista
Por Meia Hora
Publicado em 09/10/2019 10:52:42 Atualizado em 09/10/2019 10:52:42A Justiça Militar Federal ouve na manhã desta quarta-feira quatro policiais militares como testemunhas de defesa dos 12 militares do Exército acusados pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, que estava em um carro alvejado com 80 tiros, quando passava com a família em Guadalupe, na Zona Norte. Um catador de papel foi socorrer o músico e também acabou morto após ficar internado 11 dias. O crime ocorreu no dia 7 de abril, quando o carro foi supostamente confundido com um veículo com criminosos.
Na quinta-feira, serão ouvidos pela primeira vez os 12 militares acusados do crime, individualmente. As audiências serão conduzidas pela juíza Mariana Queiroz Aquino Campos. O Superior Tribunal Militar (STM) aceitou a denúncia do Ministério Público Militar (MPM) no dia 11 de maio pelos crimes de homicídio qualificado e omissão de socorro, por supostamente não terem prestado assistência às vítimas.
O caso
Os militares buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford KA branco, próximo da Favela do Muquiço. O músico foi atingido por nove tiros. O sogro dele foi ferido na ação, enquanto sua mulher, seu filho e uma amiga que também estavam no veículo não foram atingidos. O catador Luciano Macedo foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu 11 dias depois no hospital.
Macedo também foi atingido com três tiros nas costas por militares do Exército, na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa. Ele passava na hora e tentou socorrer o músico, quando também recebeu tiros de fuzil. São réus no processo um segundo-tenente, um terceiro-sargento, dois cabos e oito soldados.