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MP abre denúncia sobre policial envolvido na morte da menina Ágatha

Crime ocorreu no último dia 20 de setembro na comunidade da Fazendinha

Ágatha foi atingida no Alemão
Ágatha foi atingida no Alemão -
Rio - O Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro denunciou o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado de matar a menina Ágatha Vitória Sales Felix, de 8 anos, à 1ª Vara de Execução Penal. A ação foi movida por meio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ). A criança foi morta no dia 20 de setembro, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. O órgão demandou que o agente responda por homicídio qualificado e, caso condenado, o policial poderá cumprir pena de 12 a 30 anos de prisão.

O MPRJ também solicitou à Justiça a suspensão parcial do exercício da função. Com isso, o PM deve ser afastado do policiamento de ruas e ter suspensa a autorização de porte de arma de fogo, entre outras medidas cautelares, como a proibição de contato com as testemunhas, comparecimento periódico ao Juízo e a proibição de deixar o estado.

Segundo a denúncia, no dia do crime, por volta de 21h30, na comunidade da Fazendinha, o PM estava em serviço quando atirou de fuzil contra duas pessoas não identificadas que trafegavam em uma moto. Segundo o agente, disparo foi feito por ele acreditar que se tratava de integrantes do tráfico local.
Na denúncia, consta que o agente atingiu outra pessoa, diferente da que pretendia acertar. Após atirar, o projétil ricocheteou em um poste de concreto, na Rua Antônio Austregésilo, sendo partido em fragmentos de bala. Com isso, um pedaço do projétil atingiu a criança. A menina estava ao lado da mãe, dentro de uma Kombi que fazia o transporte de passageiros da comunidade.
Os promotores de Justiça defendem que o crime foi cometido por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, em momento pacífico na localidade, com movimentação normal de pessoas e veículos. A denúncia ressalta que a investigação conduzida pela Polícia Civil rechaçou a tese de legítima defesa apresentada por Rodrigo, já que não houve nenhuma agressão aos policiais, ficando assim demonstrado "que a ação violenta foi imoderada e desnecessária".
O Gaesp também enviou cópia do procedimento à Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar para apurar a ocorrência de possíveis outros crimes previstos no Código Penal (falso testemunho, prevaricação e coação) dos policiais militares da 1ª UPP do 16º BPM mencionados nas investigações. Rodrigo José foi denunciado pelo artigo 121, parágrafo 2º, incisos I (motivo fútil) e IV (mediante recurso que dificulte a defesa do ofendido), na forma do artigo 73 (erro na execução) do Código Penal.