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Campanha do MST prevê plantio de 100 milhões de árvores em uma década

Plano de reflorestamento já começou a ser articulado em alguns Estados

Bahia foi um dos Estados que já recebeu as primeiras mudos do plano de reflorestamento do MST
Bahia foi um dos Estados que já recebeu as primeiras mudos do plano de reflorestamento do MST -
São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quer colocar em prática um plano de plantar 100 milhões de árvores por todo o território do Brasil, em um período de dez anos. A ação faz parte do projeto “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”, que será oficializado pelo MST em um encontro nacional marcado para o dia 25 de janeiro, conforme o afirmado por João Pedro Sétdile, coordenador nacional do movimento, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

A campanha já foi lançada em alguns Estados do país, como Ceará, Bahia Goiás e Rio Grande do Sul, ainda no ano passado. Durante os eventos estaduais, foram plantadas as primeiras mudas nos assentamentos de atuação do MST.

Embate

Na Bahia, o reflorestamento também é um posicionamento contra os grandes monocultivos da região. A campanha se baseia em um estudo publicado pelo Movimento Mundial pelas Floresta Topicais (MRN), e assinado por Ivonete Gonçalves Souza, mestre em Saúde Pública, para questionar os meios de produzir eucalipto no Estado.

Segundo a especialista, o monocultivo de eucalipto para a produção de celulose abriga, sem transparência, a utilização de agrotóxicos.  Multinacionais dessa área atuam no  Extremo Sul, Sudoeste, Sul, Baixo Sul, Oeste e Recôncavo da Bahia.

“No Brasil, os agrotóxicos dialogam com o Plano de Metas do governo brasileiro da época pós-2ª Guerra Mundial que, com ‘auxílio’ dos Estados Unidos, incluiu a modernização da agricultura, por exemplo, a fabricação de tratores dentro da meta da indústria automobilística, e os agrotóxicos como meta das indústrias de base, visto que as metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita harmonia entre si, para que os investimentos em determinados setores pudessem refletir-se positivamente na dinâmica dos outros”, diz trecho do estudo.

Organização

Ao longo do ano, o MST espera firmar parcerias com prefeituras e governos estaduais para ampliar o projeto. Um conselho com professores, ONGs e técnicos também está nos planos.