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MP pede na Justiça para que Cedae apresente laudos que comprovem qualidade da água distribuída no Estado

Para o órgão, medida é necessária para comprovar o adequado monitoramento e avaliação da potabilidade da água distribuída aos consumidores

Estação de tratamento de água da Cedae no Morro de Santana, em Macaé
Estação de tratamento de água da Cedae no Morro de Santana, em Macaé -
Rio - O Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público Estadual, entrou nesta sexta-feira com uma ação na Justiça para pedir que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) apresente os laudos que comprovem a qualidade disponibilizada à população do Estado do Rio. 

De acordo com o pedido do MP, a medida é necessária para comprovar o adequado monitoramento e avaliação da potabilidade da água distribuída aos consumidores. Por isso, requer que a empresa apresente o resultado de todas as medições e análises laboratoriais realizadas em amostras de água tratada na saída da Estação de Tratamento de Água do Rio Guandu e em todos os pontos de coleta ao longo da rede de distribuição, nos últimos quatro anos.

Ainda segundo o pedido do órgão, a Cedae também deve apresentar um plano de ação que contenha prática transparente, eficaz e contínua de monitoramento e avaliação da potabilidade da água a ser fornecida aos consumidores, como a verificação da rede de distribuição, incluindo práticas efetivas de gestão e comunicação das informações aos órgãos ambientais e de saúde pública, bem como aos consumidores, adotando as medidas necessárias para sanar toda e qualquer inconformidade encontrada nas amostras de água que comprometam a qualidade desta para consumo humano e doméstico em atendimento aos parâmetros técnicos fixados pelo Ministério da Saúde.
CARVÃO ATIVADO
Nesta sexta, a estação do Guandu recebeu parte do equipamentos que serão usados para a aplicação do carvão ativado pulverizado que será adicionado no processo de tratamento da água da Cedae. A peça veio de Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo.

No total, a estação vai receber um silo, dois tanques de preparo, caixa dosadora e uma bomba. O maquinário, que foi dividido entre três carretas, é um sistema de preparação e aplicação do material, que será acoplado à linha de produção para que a água seja filtrada. O restante do equipamento está previsto para chegar a Guandu ainda neste fim de semana.

De acordo com a companhia, o maquinário será montado imediatamente para que o carvão seja aplicado no início do tratamento da água (caixa de chegada) a partir da próxima semana. O produto e o equipamento foram comprados na última sexta-feira.
Já o carvão ativado saiu do Paraná no início da tarde e tem previsão de chegada na estação na tarde deste sábado.

O anúncio de que o carvão ativado iria ser adotado permanentemente no tratamento da água da Cedae foi feito na quinta-feira da semana passada. A medida será adotada para reter a geosmina (uma substância orgânica produzida por algas), que tem causado cheiro forte e turbidez na água distribuída no estado. A empresa tem reforçado que a geosmina não apresenta risco à saúde da população.

A iniciativa da Cedae veio depois que consumidores de vários bairros da capital e da Baixada Fluminense reclamaram da cor turva e do cheiro forte da água que chega às torneiras.