Com base em modelos matemáticos da propagação do vírus, a equipe antecipa que o número real de contágios é muito superior ao balanço das autoridades, que considera apenas os casos formalmente identificados.
"O número de casos confirmados que apresentam sintomas deveria ser da ordem de 25 mil ou 26 mil no dia do Ano Novo chinês, sábado passado", afirmou Gabriel Leung, chefe da equipe de cientistas, durante uma entrevista em Hong Kong.
Incluindo as pessoas que estão em período de incubação, e ainda não apresentam sintomas, o "número se aproxima dos 44 mil" no sábado, completou.
Ele explicou que o número de contágios poderia dobrar a cada seis dias, para atingir o pico em abril e maio nas zonas já afetadas por uma epidemia. Leung destacou que medidas eficazes de saúde pública poderiam reduzir o ritmo de contágio.
O epicentro da doença continua sendo Wuhan e a província de Hubei. Mas também foram encontrados casos nas grandes cidades do país, como Pequim, Xangai, Shenzhen ou Cantão.
"Devemos nos preparar para o fato de que esta epidemia em particular se converta em uma epidemia mundial. Devem ser adotadas o mais rápido possível medidas importantes para limitar os movimentos da população", completou Leung.
O vírus já foi detectado em uma dezena de países, até a América do Norte, Europa e Austrália, em pessoas que chegaram de Wuhan.