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Ex-presidente da Cedae se recusa a responder perguntas em audiência e revolta população

Alegando 'não se sentir confortável', Hélio Cabral disse que tem que responder aos questionamentos é o seu sucessor

Ex-presidente da Cedae Hélio Cabral deixa em audiência na Alerj após se recusar a responder perguntas
Ex-presidente da Cedae Hélio Cabral deixa em audiência na Alerj após se recusar a responder perguntas -
O ex-presidente da Cedae, Hélio Cabral, deixou a audiência pública que discute a crise hídrica na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta terça-feira. Após apresentar os investimentos feitos pela companhia e da atuação após o problema relacionado à qualidade da água, ele se recusou a responder os questionamentos dos deputados, alegando que o seu sucessor que tem que responder. Ele anunciou a decisão ao ler um pronunciamento, alegando "não se sentir confortável". 
"O ex-presidente da Cedae demonstra não só o desprestígio a essa Casa como com a população do Rio de Janeiro, que está bebendo água ruim, podre. Isso é um absurdo", disse Renata Souza (Psol), reforçando que vai encaminhar um pedido de urgência para a abertura da CPI da Cedae, momento em que Cabral deixou a mesa de discussão sob vaias.
Hélio Cabral deixou a Alerj escoltado por dois seguranças e manifestantes correram atrás do veículo em que ele saída do local para jogar água suja. 

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Ex-presidente da Cedae Hélio Cabral deixa em audiência na Alerj após se recusar a responder perguntas Estefan Radovicz/Agência O Dia
Ex-presidente da Cedae Hélio Cabral deixa em audiência na Alerj após se recusar a responder perguntas Estefan Radovicz/Agência O Dia
Ex-presidente da Cedae em audiência na Alerj Reprodução / TV Alerj
Ex-presidente da Cedae em audiência na Alerj Reprodução / TV Alerj
O deputado Márcio Pacheco (PSC), da base do governo na Alerj, disse que "desde o primeiro dia" da crise hídrica o governador Wilson Witzel tem atuado. "Inclusive envolvendo a polícia, com toda a investigação necessária. Uma ação responsável, em nenhum momento se omitindo".
Integrantes da organização Meu Rio estiveram na audiência pública e das galerias atiraram contas de água sujas de lama e notas de R$100, também sujas, com o rosto do ex-presidente. Depois que Cabral se recusou a falar e deixou o plenário, o grupo ofereceu água fornecida pela Cedae a ele, que saiu às pressas da Alerj.

"Vendo que ele fugiu, a gente foi oferecer um pouquinho de água para ele, porque já que a gente está tomando, seria bom se ele tomasse, também. Se a agência que regula nossa água diz que está tudo bem, a gente queria que ele bebesse essa água junto com a gente", disse Isabela Avellar, 25, representante do Meu Rio.

"Não temos respostas suficientes e essa situação compromete nossa saúde e a gente está pagando por esse descompromisso da Cedae", completou Lívia Merlim, 23, outra integrante da organização. 
Hélio Cabral será substituído por Renato do Espírito Santo, uma escolha técnica. Espírito Santo é engenheiro ambiental, funcionário de carreira que ingressou na Cedae em 1980, tendo atuado como diretor, gerente de saneamento e chefe de departamento. Ele se demitiu da companhia em 2017, dentro de um plano de demissão voluntária.x