Mais Lidas

Bebê de oito meses é a primeira morte por sarampo Estado do Rio em 20 anos

Secretária estadual de Saúde apura a suspeita de um possível surto da doença em uma creche de Botafogo e alerta que infectados no estado podem chegar a 10 mil caso a população não se vacine

Secretaria estadual de Saúde faz coletiva sobre o caso
Secretaria estadual de Saúde faz coletiva sobre o caso -
Um bebê de oito meses foi confirmado como a primeira morte de sarampo no Rio desde 2000. A informação foi revelada, na manhã desta sexta-feira, durante uma coletiva de imprensa da Secretaria estadual de Saúde. O recém-nascido, identificado como David Gabriel dos Santos, morreu no dia 6 de janeiro, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas a doença foi confirmada como a causa do óbito apenas agora.
De acordo com a secretaria, a criança chegou à Fundação Assistencial Santa Bárbara (Alia), no bairro Vila de Cava, onde morava, com menos de seis meses de vida. Há a suspeita de que ele tenha contraído a doença de outra pessoa que já estava lá.
No dia 22 de dezembro, o bebê deu entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse) com o quadro de pneumonia. Após a sua morte, foi coletada amostra para exames, que confirmaram o sarampo em duas diferentes análises.
Outras duas crianças e uma cuidadora do abrigo onde o recém-nascido morava também contraíam a doença, mas já estão curadas. A secretaria informou que irá fazer uma inspeção no local, mas não disse quando.
A pasta disse ainda que apura a informação que circula nas redes sociais de um possível surto de sarampo em uma creche de Botafogo, na Zona Sul da capital. A Vigilância Sanitária estadual acompanha o caso.
RISCO DE EPIDEMIA
Os governos federal e estadual estão com campanhas de vacinação para sarampo desde o início do ano. O público-alvo é quem tem de seis meses a 59 anos de idade. O estado pretende imunizar 3 milhões de pessoas até 13 de março.
O secretário de Saúde, Edmar Santos, no entanto, disse que, caso a meta de três milhões de imunizados não seja atingida até o fim da campanha, o Rio pode ter mais de 10 mil casos da doença.
Até o momento, apenas 10% do público-alvo foi vacinado. Por isso, a secretaria disse que faz ações específicas em diversas regiões do estado como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo, Saquarema e  Rio de Janeiro.
Tendas também foram montadas em locais de grande concentração de pessoas, como estações das barcas, metrô e trens, além da Rodoviária do Rio e do Aeroporto Santos Dumont. Além disso, a secretaria realizou um Dia D contra a doença no último dia 1º. A vacinação também está disponível nos postos municipais de todo o estado.
"Como venho alertando desde 2019, é imprescindível que as pessoas se vacinem e que os pais levem seus filhos aos postos de saúde, já que este é o grupo mais suscetível no momento. Iniciamos uma campanha em janeiro e, até o momento, em torno de 10% do público aguardado buscou a vacina. A previsão é que o Rio ultrapasse 10 mil casos de sarampo. E esse número só pode ser evitado por meio da vacinação", alertou o secretário Edmar Santos.
BAIXADA LÍDER

Ao longo de 2019, o Rio teve 333 casos de sarampo. O número é bem superior aos 20 registrados em 2018. Neste ano, já são 189 infectados.
No fim do ano passado, o estado tinha 193 casos, a maior parte deles na Baixada; veja a divisão de casos por cidades na ocasião:

. Duque de Caxias: 56

. Rio de Janeiro: 53

. São João de Meriti: 19

. Belford Roxo: 17

. Magé e Paraty: 12

. Nova Iguaçu: 10

. Niterói: 4

. Cabo Frio, Nilópolis e Rio das Ostras: 2

. Angra dos Reis, Casimiro de Abreu, Itaguaí, e Saquarema: 1
A DOENÇA

O sarampo é uma doença viral grave e altamente contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à morte. A transmissão ocorre no contato de pessoa para pessoa e pela propagação no ar.

Os primeiros sintomas são febre, tosse, coriza, como um resfriado comum. O paciente pode ter perda de apetite e apresentar conjuntivite, com olhos vermelhos, lacrimejantes e fotofobia. Surgem manchas vermelhas na pele. Essas erupções começam no rosto, na região atrás da orelha, e vão se espalhando pelo corpo. O paciente também pode sentir dor de garganta.
Secretaria estadual de Saúde faz coletiva sobre o caso Anderson Justino / Agência O DIA
Secretaria estadual de Saúde faz coletiva sobre o caso Anderson Justino / Agência O Dia