Mais Lidas

Enfermeira brasileira alerta para o número de jovens infectados e falta de equipamentos em Nova York

Enfermeira brasileira alerta para o número de jovens infectados e entubados e alerta: 'Coronavírus não é uma doença só de idosos'

A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade
A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade -
A cidade de Nova York, nos Estados Unidos, está em alerta para o pico da pandemia de coronavírus, já são 25,6 mil infectados e 210 mortes. O número crescente de casos em uma das cidades mais famosas do mundo e que dispõe de recursos financeiros acende o alerta de uma brasileira que mora no país há 20 anos: "Se em NY faltam equipamentos, mesmo tendo recursos, como vão fazer no Brasil?".
A enfermeira brasiliense Karina Felix falou com exclusividade ao jornal O DIA sobre a situação na cidade e chamou a atenção para o número de jovens saudáveis infectados. Ela destaca que os idosos têm a taxa de letalidade maior, mas que os jovens - ao contrário do que muitos acham - também se contaminam e ficam em estado grave. Karina trabalha em um dos maiores hospitais da cidade. O nome da instituição foi preservado à pedido da entrevistada. "Há um aumento nos casos de jovens infectados em estado grave. No meu andar tem um paciente com 21 anos que chegou ontem e outro de 36 anos que está entubado”, declara.

A falta de equipamentos de proteção individual, os EPI, também é uma realidade na cidade. "Faltam máscaras, temos que limpar com produtos específicos e reutilizar a máscara por 12 horas no próximo plantão". "Tenho que orar para ter uma máscara nova", lamenta.
A falta de equipamentos deixa às claras um outro problema que será enfrentado pela equipe médica que atenderá os pacientes: a contaminação. "Se os médicos ficarem doentes, quem vai cuidar dos pacientes? Uma cidade rica dessas não ter equipamentos?", questiona Karina que aproveita e apela para as pessoas ficarem em casa e evitar espalhar mais o vírus.

Preocupada com a situação, a enfermeira fez um vídeo para alertar a população falando a realidade dentro do hospital.
Aumento de casos
Karina acrescenta um dado dramático e prevê que a situação pode piorar. Segundo ela, o hospital prevê que em duas semanas haverá um aumento de 50% na demanda de pacientes em torno de 50% e que, provavelmente, a equipe médica não conseguirá atender a todos.

"Os enfermeiros têm que entrar e sair do quarto do paciente e trocar o avental para proteção médica. No entanto, esse avental esgotou e algumas enfermeiras tiveram que usar sacolas de lixo para se proteger”, acrescenta Karina.
Carga horária
Na terça-feira o número de casos pulou para 25,6 mil pessoas infectadas em estado grave e 210 mortes confirmadas. Segundo o governador do Estado de NY, Andrew Cuomo, a taxa de aumento da infecção está dobrando a cada três dias. Para dar conta dos atendimentos, a cidade montou um hospital provisório no Javits Center, em Manhattan, onde o estado está estocando suprimentos médicos.
Para dar conta de todos os pacientes o governador fez um apelo às equipes para que aumentem sua carga horária. Karina conta que sua carga horária é de 12 horas por dia, três vezes na semana. Mas com o avanço da doença terá que trabalhar mais horas, a pedido do governador, em outros hospitais da região.

Edição Martha Imenes
A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade Via WhatsApp
A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade Via WhatsApp
A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade Via WhatsApp
A enfermeira Karina Felix mora em NY há 20 anos e trabalha num dos maiores hospitais da cidade Via WhatsApp