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Alimentação garantida

Restaurante popular se renova para atender quem não tem dinheiro para comprar comida

Sergio Lyra é chefe de cozinha do restaurante de Bangu e diz que trabalho aumentou
Sergio Lyra é chefe de cozinha do restaurante de Bangu e diz que trabalho aumentou -

A pandemia do novo coronavírus engrossou a multidão de desempregados do Rio de Janeiro. Sem dinheiro para a alimentação básica, muitos agora recorrem aos restaurantes populares da cidade, em Bangu, Campo Grande e Bonsucesso, onde a comida é boa e o preço é baixo: 50 centavos o café da manhã, R$ 2 o almoço e jantar. Na quarta-feira, 2.812 pessoas almoçaram nas três unidades. Para servir à população, cozinheiros, auxiliares e nutricionistas, heróis anônimos, acordam antes do amanhecer para preparar as refeições.

O café da manhã começa a ser servido às 6h, o almoço às 10h e o jantar, novo horário nos restaurantes, às 17h. Amor e dedicação estão no tempero de quem elabora os pratos e cozinha. "O nosso trabalho é de suma importância. O objetivo sempre foi auxiliar na erradicação da pobreza extrema. Mas, hoje, a gente está atendendo um público novo, que antes não vinha porque tinha condições de comprar comida", explica a nutricionista Flávia Costa, responsável pela alimentação balanceada da unidade de Bangu.

Sergio Lyra é, há nove anos, o chef de cozinha do restaurante popular. A carga de trabalho aumentou por conta do novo serviço de jantar — inclusive nos fins de semana —, mas nada que abale o orgulho pelo ofício, fundamental para as mais de mil pessoas que fazem suas refeições ali, todos os dias, em média 800 no almoço e 200 no jantar. "Eu saio de casa às 4h, chego por volta de 5h45 e deixo tudo organizado para a janta", conta.

Ajuda para quem sofre com a fome

A fome dói e não espera. Para o auxiliar de cozinha Edson Senna, os restaurantes populares tem grande importância na vida daqueles que enfrentam dificuldades para se alimentar.

"É um trabalho muito importante porque as pessoas que vêm aqui são de baixa renda. É um trabalho com amor, carinho e dedicação, para que eles saiam satisfeitos e bem alimentados. Muitos agradecem pela boa comida, pelo bom atendimento. Isso dá orgulho", afirma.

Sergio Lyra é chefe de cozinha do restaurante de Bangu e diz que trabalho aumentou Ricardo Cassiano
Edson Senna, Sergio Lyra e David Sousa, funcionários do restaurante popular de Bangu Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Edson Senna auxilia na cozinha do restaurante popular de Bangu Ricardo Cassiano/Agencia O Dia