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Lotação de leitos já é realidade no Rio

Segundo o Sindicato dos Médicos, há uma fila de espera com mais de 200 pacientes e a capital tem transferido muitos para outras cidades

Por Renan Schuindt

Publicado em 24/04/2020 00:00:00 Atualizado em 24/04/2020 00:00:00
Ocupação da rede estadual é de 80% em UTIs e 66% em enfermarias
Um dos momentos mais temidos pelas autoridades fluminenses, a lotação dos leitos para o tratamento das vítimas da covid-19, já pode ser considerado uma realidade. Segundo o Sindicato dos Médicos (Sindmed), só no Rio já há uma fila de espera com mais de 200 pacientes, e a capital tem transferido muitos para outras cidades. A peregrinação em busca de uma vaga tem deixado marcas fatais. Caso foi o caso da técnica de enfermagem Anita de Souza Viana, de 63 anos, que mesmo trabalhando em uma unidade de referência para o tratamento da doença, o Hospital Ronaldo Gazolla, só conseguiu vaga para ser internada em Volta Redonda, Sul Fluminense, onde acabou falecendo.
Dados atualizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que a taxa de ocupação total da rede em UTIs é de 80%. Até ontem, havia apenas 15 leitos de UTI disponíveis na capital e 40 em outros municípios.
Já os leitos de enfermaria do estado estão com taxa de ocupação de 66%. De acordo com a SES, a demanda aumentou bastante. Há duas semanas essas taxas eram de 41% (enfermaria) e 63% (UTI).
Esses números representam apenas as UTIs destinadas especificamente para o tratamento do novo coronavírus na rede estadual. Ontem, 37 novos respiradores foram entregues. Porém, ainda é um número longe do ideal.
"O Hospital Ronaldo Gazolla (em Acari) está lotado. São mais de 200 pessoas na fila de regulação para Clínica Médica, todos acometidos pela covid-19. Tem pacientes sendo transferidos de UPAS para municípios como Vassouras e Volta Redonda", afirma Alexandre Telles, presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed).
Ainda segundo a SES, 548 novos leitos exclusivos para covid-19 foram abertos em todo o estado e que, ao todo, vai disponibilizar na capital, Região Metropolitana e interior 3.414 leitos. Desses, 2 mil ficarão em hospitais de campanha, inaugurados de forma gradativa, em maio. Os primeiros a serem abertos serão as unidades do Leblon e Maracanã. Vale ressaltar que entre a rede privada, pública e federal, o Estado do Rio contabiliza 32 mil leitos e 6,5 mil leitos de terapia intensiva.