De acordo com o relato de parlamentares ouvidos, a mudança de postura se deu em dois atos. Primeiro, ele forçou a saída de Sergio Moro do comando do Ministério da Justiça, e depois reafirmou aos ministros que restantes que seria o responsável por distribuir tais cargos e que não aceitaria qualquer tipo de recusa.
Tal postura, conhecida como "toma lá, dá cá", começou a fazer parte do dia a dia do presidente após a ruptura com Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados. Em busca de apoio e, talvez, de um nome para substituir Maia no comando da casa, Bolsonaro se aproximou do centrão, que hoje conta com 200 dos 513 deputados.
Ainda de acordo com a publicação, a oferta de repasse de vagas abrange secretarias estratégicas, como a Secretaria de Mobilidade (Desenvolvimento Regional), o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, a Secretaria de Vigilância em Saúde e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, e vai do Porto de Santos à Funasa, passando pelo Banco do Nordeste.
Apesar das conversas, interlocutores afirmaram que o Bolsonaro já está sendo cobrado pela demora nas nomeações e que, por este motivo, os ministros estariam sofrendo pressão para aceitar as mudanças. Segundo os integrantes do centrão, os postos chaves estariam nos ministérios da Economia, comandado por Paulo Guedes, Infraestrutura, de Tarcísio Freitas, Educação, gerido por Abraham Weintraub, e Desenvolvimento Regional, sob o comando de Rogério Marinho.