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Reino Unido irá testar eficiência da hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus

Estudo é liderado pela Universidade de Oxford

Reino Unido fará análise de desempenho do medicamento no tratamento de pacientes com coronavírus
Reino Unido fará análise de desempenho do medicamento no tratamento de pacientes com coronavírus -
Profissionais de saúde do Reino Unido começarão a participar, nesta quinta-feira, de um teste internacional de dois remédios antimalária, liderado pela Universidade de Oxford, para descobrir se eles podem evitar a covid-19 – incluindo um que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar tomando.

O estudo Copcov envolverá mais de 40 mil profissionais de saúde da linha de frente da Europa, África, Ásia e América do Sul para determinar se a cloroquina e a hidroxicloroquina são eficazes na prevenção do novo coronavírus.

A demanda por hidroxicloroquina disparou depois que Trump a louvou no começo de abril. No início desta semana, o líder norte-americano disse que agora está tomando o remédio como medicação preventiva contra o vírus, apesar dos alertas médicos a respeito de seu uso.

O teste liderado pela Universidade de Oxford, com apoio da Unidade de Pesquisa de Medicina Tropical de Oxford de Mahidol (Moru), em Bangcoc, será aberto a participantes britânicos em instalações hospitalares de Brighton e Oxford, nesta quinta-feira (21), e envolve aqueles que estão em contato próximo com pacientes comprovados ou suspeitos de covid-19.

"Nós realmente não sabemos se a cloroquina ou a hidroxicloroquina é benéfica ou maléfica contra a doença", disse Nicholas White, professor da Universidade de Oxford e coinvestigador principal do estudo, que trabalha no Moru. "A melhor maneira de descobrir se são eficientes na prevenção da covid-19 é um teste clínico aleatório", complementou ele.

A equipe do Copcov disse que indícios de laboratório mostraram que remédios antimalária podem ser eficazes na prevenção ou no tratamento da covid-19, mas que não existe prova conclusiva.

Agências reguladoras dos EUA autorizaram o uso emergencial de hidroxicloroquina para pacientes de coronavírus, mas a Agência de Alimentos e Remédios do país alertou para seu uso em pacientes da covid-19 fora dos testes hospitalares ou clínicos, devido ao risco de problemas graves de arritmia cardíaca.

"Esses testes nos darão a melhor compreensão do quão seguros e eficientes esses remédios podem ser em populações e faixas etárias diferentes", explicou Nick Cammack, do Wellcome Trust, uma instituição de caridade médica britânica que está ajudando a financiar o teste. "Se, e somente se, eles forem eficientes, esses remédios podem ser produzidos em grande escala e distribuídos rapidamente ao redor do mundo."