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Inauguração dos hospitais de campanha do Rio de Janeiro é adiada

Novo cronograma foi divulgado hoje pela secretaria de Saúde

PREFEITURA DO RIO CONCLUI OBRA DO HOSPITAL DE CAMPANHA DO RIOCENTRO
PREFEITURA DO RIO CONCLUI OBRA DO HOSPITAL DE CAMPANHA DO RIOCENTRO -
Após manifestação do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) sobre irregularidades nos contratos para a construção de hospitais de campanha para enfrentar a pandemia de covid-19 pelo governo do estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou hoje (21) um novo cronograma para a abertura das sete unidades que estão sendo construídas pelo Instituto de Atenção Básica e Atenção à Saúde (Iabas).

Segundo a SES, foram impostas datas limites para a entrega das unidades pela Organização Social Iabas, que vão de 27 de maio para o hospital de São Gonçalo até 18 de junho para o de Casimiro de Abreu. As unidades do Leblon e do Parque dos Atletas, construídas e geridas pela Rede D’Or, e a do Maracanã, também a cargo do Iabas, já estão em funcionamento. O outro hospital de campanha na capital, no Riocentro, é gerido pela prefeitura.

Procurado pela reportagem, o Iabas disse que não se manifestaria a respeito e que o cronograma de abertura deveria ser tratado apenas com a SES. No início da semana, o instituto informou que o atraso na entrega dos hospitais ocorreu “por motivos alheios à vontade” e que o trabalho vem sendo feito “de forma consistente” para evitar novos adiamentos e garantir que vidas sejam salvas.

Na ocasião, o cronograma da organização previa a entrega de todas as unidades até a próxima semana.

Tribunal de Contas
Nessa semana, o TCE-RJ apontou a necessidade de “especificação dos quantitativos unitários e os correlatos preços das prestações envolvidas na adequada execução do seu objeto”. A decisão monocrática foi proferida pelo Conselheiro-Substituto Christiano Lacerda Ghuerren e determinou que a SES altere o contrato em acordo com o Iabas.

“Ao analisar o contrato 027/2020, o Corpo Instrutivo do TCE-RJ verificou que o Estado do Rio de Janeiro optou por uma espécie de contratação que atribuirá ao Iabas a obrigação de definir, especificar e montar toda a estrutura física dos hospitais de campanha, além de fornecer todos os equipamentos necessários ao atendimento dos pacientes. O acordo definido como empreitada integral também obrigaria o contratado a disponibilizar toda a mão de obra necessária ao funcionamento da unidade”, informa o órgão de fiscalização.

Segundo a análise do TCE-RJ, o Iabas não apresentou o plano orçamentário detalhado para o valor total de R$ 19.899.343,09 para seis meses de contrato, sem a indicação dos equipamentos que serão disponibilizados nem a quantidade e a qualificação dos profissionais que atuarão em cada unidade.

“Entre as nove constatações, estão os desenhos e projetos utilizados para a montagem das unidades de campanha; a planta baixa; uma listagem de materiais a serem utilizados na montagem da estrutura interna; a indicação de quantos leitos serão dedicados à UTI e à enfermaria; planilha contendo a relação de equipamentos a serem disponibilizados em cada tipo de leito, considerando UTI e enfermaria; a relação de exames a serem disponibilizados e a relação de equipamentos que reverterão para o Estado passando a integrar o patrimônio público após o fim da contratação”.

O tribunal deu prazo de 30 dias para a SES e o Iabas se manifestarem. O TCE-RJ informou hoje (21) que já recebeu documentos da secretaria de Saúde, que ficarão sob sigilo até o conselheiro relator do processo proferir seu voto em plenário. As sessões do tribunal estão ocorrendo no sistema remoto.