O Brasil fechou 1,1 milhão de postos de trabalho com carteira assinada em março e abril, no pior resultado de toda a série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), iniciada em 1992. Só no Estado do Rio foram 125.154 empregos perdidos no período.
Em março e abril, as contratações somaram 2.760.754 e as demissões alcançaram 3.085.927. Somente em abril, mês que reflete com maior intensidade a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, foram fechados 860 mil postos, número recorde em 29 anos.
Apesar dos dados, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que empregos estão sendo preservados com algumas medidas, como suspensão de salários e redução de jornada. "Desemprego não é algo para comemorar, a preservação de empregos é comemorável. O copo está meio cheio, estamos preservando emprego e renda", afirmou.
Previsão de cenário sombrio
Também ontem, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um alerta: um em cada seis jovens no mundo perdeu o emprego por causa da pandemia do novo coronavírus. Aqueles que continuam no mercado viram as horas de trabalho serem reduzidas, em média, em 23%. O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, traçou um quadro especialmente preocupante para o Brasil.
Ele advertiu que o desemprego vai se aprofundar no país, como consequência da incapacidade do governo em dar uma resposta à Covid-19, destacando ainda a falta de testes da população. Ryder demonstrou muita apreensão com os níveis de infecção no Brasil: "Parece, de forma trágica, um dos países mais afetados no mundo".