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Estelionatários tiram proveito da Covid-19

Se passando pelo Ministério da Saúde, eles pedem dados pessoais como nome completo e CPF

Por Thuany Dossares

Publicado em 15/05/2020 07:00:00 Atualizado em 15/05/2020 07:00:00
Nos últimos três meses, as fraudes virtuais quase triplicaram em comparação ao período de dezembro de 2020 a fevereiro deste ano

Nem mesmo num momento delicado causado pela pandemia do novo coronavírus, estelionatários deixam de atuar. Pelo contrário, se aproveitam da ocasião para tentar aplicar novos golpes. Se aproveitando da Covid-19, suspeitos ligam para as pessoas através de um número de telefone fixo (021 2391-4702), afirmam ser agentes do Ministério da Saúde e tentam coletar dados pessoais como nome completo, data de nascimento e CPF. A pasta federal esclarece que esse número não faz parte da busca ativa do Tele SUS.

Do outro lado da linha, uma pessoa que se identifica como enfermeira, tenta conquistar a confiança da vítima, perguntando se ela apresenta sintomas da doença e até passa orientações básicas.

Delegado da Delegacia de Defraudações, Marcos Cipriano, explica que estelionatários costumam ter poder de persuasão e se reinventam constantemente para enganar suas vítimas.

"As pessoas estão mais em casa nesse período, mais sensíveis e suscetíveis a cair nesses golpes. Eles são especialistas, sabem o que falar para conquistar a confiança da vítima e levar ela na conversa até conseguir os dados que precisam, se aproveitam da fragilidade. Esses criminosos se reinventam, agora se passam por agentes do Ministério da Saúde, mas antes já tinham outras histórias também. Mas sempre com o objetivo de colher dados ou dinheiro", conta.

O Ministério da Saúde informou que apenas os números 136, 0136, 00136 ou 80136 fazem parte da busca ativa do TeleSUS. "Cabe esclarecer que qualquer outro número não corresponde às chamadas do Ministério da Saúde. Vale informar ainda que o Ministério da Saúde não solicita dados pessoais, doações ou transferências em dinheiro".

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também confirma que o contato (021 2391-4702) não pertence a nenhum órgão do governo. "A Anatel não reconhece o número citado. Casos como esse, que podem configurar fraude ou golpe, podem ser tratados no campo da segurança pública, pois fogem ao âmbito regulatório".

A Anatel ainda apontou que números fixos ou de celular convencionas não integram os contatos regulados para o tratamento de serviços de utilidade pública (SUP), possíveis de serem utilizados no apoio ao combate do Covid-19.