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Desobediência civil

Jair Bolsonaro volta a se encontrar com apoiadores e provoca Celso de Mello

Por MH

Publicado em 25/05/2020 07:00:00 Atualizado em 25/05/2020 07:00:00
Sem máscara, o presidente Jair Bolsonaro abraça uma criança durante ato em apoio ao governo

O presidente Jair Bolsonaro está se esforçando para passar um ar de normalidade, mesmo após divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Ontem, em novo flagrante de discordância às normas de isolamento social, ele foi ao encontro de manifestantes durante um ato esvaziado, em frente ao Palácio do Planalto. Sem máscara, de uso obrigatório em Brasília, ficou meia hora no local e cumprimentou apoiadores, com direito até a abraço em criança.

Antes de sair da residência oficial, postou em suas redes sociais um trecho da lei de abuso de autoridade: "Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou imagem do investigado ou acusado", diz o trecho. "Pena — detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos". O recado questiona a autoridade do ministro do STF Celso de Mello, responsável pela liberação do vídeo, uma das peças do inquérito que investiga a acusação do ex-ministro Sergio Moro, de que Bolsonaro interferiu na Polícia Federal para ter acesso a informações de investigações sigilosas contra os filhos e amigos.

O presidente alega que o encontro não comprova que ele atuou para blindar seus parentes, já que teria falado em trocar a sua "segurança" no Rio e não o comando da PF. Mas as novas mensagens trocadas entre ele e Moro, e divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, contudo, mostram que Bolsonaro chegou à reunião ministerial já com a decisão tomada de demitir o diretor-geral da PF — evento que resultou na saída de Moro.