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Visor para leitura labial

Mãe de arquiteta surda faz máscaras com transparência

Por Gabriel Sobreira

Publicado em 01/06/2020 00:00:00 Atualizado em 01/06/2020 00:00:00
Ângela de Fátima Pinheiro, 60 anos, fez uma máscara com visor transparente para que a filha, a arquiteta Gabriela Pinheiro de Souza, que é surda, possa fazer leitura labial dela e do genro, o engenheiro civil Caio Jannuzzi de Souza

As máscaras contra o coronavírus se tornaram um problema para quem faz leitura labial. Preocupada com a filha, que é surda, Ângela Pinheiro criou uma máscara com visor."Vi no Facebook uma aluna criando máscaras transparentes, achei a ideia genial e resolvi imitar, fiz pra mim e pro meu genro. Perfeito, começamos a usar e conseguimos conversar normalmente", conta Ângela.

A filha, Gabriela Pinheiro de Souza, diz ter ficado 'toda boba' com a iniciativa. "O único problema é que o plástico embaça quando se fala, ainda não descobrimos qual tipo não embaça", diz.

A arquiteta Gabriela nasceu surda e fez oralização ainda bebê, mas não aprendeu Língua Brasileira de Sinais (Libras). "Somos mais de 10 milhões de surdos no país. A maioria perdeu a audição quando já sabia falar", explica.

Segundo Mônica Campello, fonoaudióloga do Instituto Nacional de Educação de Surdos, pesquisas apontam que a máscara atenua o volume da voz."Dependendo do tipo de máscara, pode atenuar o volume em até 12 decibéis em frequências mais altas (de 2.000hz até 7.000hz) que nos dão a inteligibilidade de fala. Com isso, o reconhecimento auditivo da mensagem em uma conversa, principalmente para quem tem perda auditiva, fica prejudicado", explica.