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Secretários de Saúde dizem que governo quer invisibilizar mortos pelo coronavírus

Ministério da Saúde pretende fazer recontagem do número de óbitos pelo novo coronavírus no Brasil

Carlos Wizard, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde
Carlos Wizard, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde -
Brasília - O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, repudiou com veemência e indignação o que chamou de "levianas afirmações" do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard. Beltrame afirma que há uma tentativa "autoritária, insensível, desumana e anti-ética" de dar invisibilidade aos mortos pelo coronavírus. "Não prosperará. Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação", completou.

Em entrevista ao jornal O Globo, Wizard disse que o Ministério da Saúde vai recontar o número de mortos no Brasil vítimas do coronavírus porque os dados atuais seriam "fantasiosos ou manipulados" e que os gestores públicos de estados e municípios estão "inflando a situação" para conseguir mais recursos públicos.

Beltrame rebateu as acusações de Wizard e disse que os secretários não são "mercadores da morte". "Ao afirmar que secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais ‘orçamento’, o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias", afirmou.

"Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que em um momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como "mercadoria". Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco", declarou Beltrame, em nota.