Cobrado, Bolsonaro reage: 'Sai daqui'

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar o número de mortos pela Covid-19 no Brasil, ao tratar rudemente uma mulher que o abordou, diante do Palácio da Alvorada, para lhe perguntar sobre as mais de 38 mil vítimas fatais da pandemia do novo coronavírus e lhe dizer que achava que o chefe do Estado "traiu a população". Apoiadores do presidente tentaram abafar a fala dela e a mandaram calar a boca.

Diante da insistência, o presidente respondeu: "Se você quiser falar, sai daqui, já foi ouvida. Cobre do seu governador. Sai daqui".

Mais tarde, a mulher, identificada como Cristiane Bernart, uma militante do Movimento Brasil Livre (MBL) — grupo que atualmente faz críticas ao governo de Bolsonaro —, disse em entrevista a jornalistas do Grupo Estado que a ação foi proposital e que estão previstas novas iniciativas para fazer pressão pelo impeachment do presidente. O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos líderes do MBL, confirmou tratar-se de um ato político.

"Eu quis puxar um ato para que as pessoas não tenham medo de cobrar o presidente por ser o presidente. Ele é nosso funcionário e tem obrigação de dar explicações", justificou Cristiane, que é formada em Letras e trabalha como assessora no gabinete do vereador Fernando Holiday (Patriota), em São Paulo.

Sobre a postura de Bolsonaro, Cristiane afirmou que imaginou que poderia levar uma "patada" ou ser "ignorada". "Apesar disso, esperava que ele tivesse uma postura de homem e pelo menos me respondido", declarou a militante.