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Recorde de mortes

Óbitos no Rio crescem 36% em relação a 2019

Somados, os meses de abril e maio deste ano tiveram 36% mais óbitos que no mesmo período de 2019
Somados, os meses de abril e maio deste ano tiveram 36% mais óbitos que no mesmo período de 2019 -

Um levantamento feito com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), da Prefeitura do Rio, aponta que, desde 2006, quando se iniciaram os registros, o Rio atingiu o ápice de mortes justamente agora, em meio à pandemia de Covid-19. Segundo o estudo, somados, os meses de abril e maio deste ano tiveram 36% mais óbitos, em relação ao mesmo período do ano passado.

As mortes causadas por algum tipo de vírus, entre eles, o novo coronavírus, já representam 32% desse total. Não à toa, a capital fluminense já registra uma taxa de mortalidade por Covid-19 maior do que da Itália, com 78 mortes para cada 100 mil habitantes, contra 56/100 mil.

Se dividido por regiões, o levantamento mostra que a situação pode ser ainda pior. Na área que engloba o Centro e bairros vizinhos, a taxa já chega a 119 óbitos para cada 100 mil habitantes. O número também é alto na Zona Sul (95) e na Leopoldina (87). Os dados foram analisados com base nos registros da prefeitura, porém mostram uma diferença de 719 mortes em relação ao sistema de informação de mortalidade do SUS, o Tabnet, que é alimentado justamente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

"Tivemos o pior cenário no Rio. Muitas pessoas adoeceram ao mesmo tempo, não conseguimos achatar a curva e, sem leitos, milhares foram a óbito. Agora, é organizar o processo de retomada. Os governos devem garantir a testagem em todas as unidades de saúde do SUS para todos os sintomáticos e intensificar as medidas de higiene", diz o médico sanitarista da Fiocruz Daniel Soranz.

Por meio de nota, a SMS esclareceu que a diferença de dados se deve aos óbitos que ainda estão em investigação, não havendo assim nenhuma anormalidade.