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Em Copacabana, ONG faz manifestação contra atitudes de Bolsonaro durante pandemia

Rio de Paz abriu 100 covas rasas e relembrou mortes por coronavírus para criticar atitudes do governo diante da pandemia. Apoiador de Bolsonaro derrubou cruzes e desrespeitou vítimas

Protesto lembra vítimas do coronavírus nas areias de Copacabana
Protesto lembra vítimas do coronavírus nas areias de Copacabana -
Rio - As areias da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, amanheceram de uma forma diferente neste sábado, em frente ao Copacabana Palace. Integrantes do movimento Rio de Paz abriram cem covas rasas e fincaram cruzes de cerca de um metro no chão, algumas com a bandeira do Brasil. Cada cruz representava as vítimas mortas por decorrência do novo coronavírus e com tom crítico ao governo de Jair Bolsonaro. Um homem, apoiador do presidente, derrubou as cruzes e provocou a revolta de parentes de vítimas da covid-19.
Após o homem jogar algumas cruzes no chão, desrespeitando os manifestantes, o taxista Márcio Antonio do Nascimento, de 56 anos, pai de um jovem morto por conta da Covid-19, colocou as cruzes no lugar.
"Meu filho está aqui, as pessoas precisam respeitar. Meu filho tinha 25 anos, não tinha doença pré existente e morreu por conta desse vírus. Essa minha atitude é a dor que está contida aqui dentro e as pessoas não respeitam a dor dos familiares que perderam um parente", desabafou.
O filho dele, Hugo Dutra do Nascimento Silva, morreu no dia 18 de abriu após ser internado no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari.


Nas redes sociais, Antônio Carlos Costa, presidente do Rio de Paz, se manifestou contra as atitudes do presidente Jair Bolsonaro na condução do combate à pandemia. “O Brasil está nu perante o mundo. Todas as suas injustiças sociais e desgoverno emergiram nesses meses de pandemia. Se não houver por parte do presidente da República mudança de rumo na condução dessa multifacetada tragédia social, seremos o país com o maior número de mortos pela Covid-19. Não há governo que esteja conduzindo pior essa crise humanitária do que o nosso”.


Os manifestantes chegaram na praia ainda na madrugada. O ato é silencioso e não tem vínculo político.

“As pessoas precisam entender que essas vítimas da Covid não podem ser esquecidas. É um ato muito importante e sou a favor de atitudes como essa. Sem violência e pedindo que as autoridades façam sua parte”, disse a psicóloga Roberta Lima, durante uma caminhada no calçadão.