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Flávio e Carlos Bolsonaro usam R$ 31 mil em espécie para pagar prejuízo a corretora

Uso de dinheiro vivo é uma das evidências apontadas pelo Ministério Público do Rio sobre a prática de "rachadinha" no antigo gabinete de Flavio na Alerj

Carlos e Flávio Bolsonaro, alvos de investigações sobre prática de rachadinhas em gabinetes da Câmara Municipal, e Alerj, respectivamente
Carlos e Flávio Bolsonaro, alvos de investigações sobre prática de rachadinhas em gabinetes da Câmara Municipal, e Alerj, respectivamente -
O senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) usaram R$ 31 mil em espécie a uma corretora de investimentos para cobrir prejuízos de investimentos feitos na Bolsa de Valores. O pagamento foi realizado em maio de 2009, período da investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a suposta "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa. A informação foi revelada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de São Paulo. 
Carlos Bolsonaro também é investigado pelo MP por suspeita de empregar funcionários fantasmas na Câmara Municipal do Rio.
Os dois filhos do presidente relataram à Justiça de São Paulo o pagamento em processos que moveram contra o Citigroup, banco que comprou a corretora Intra, pelos investimentos, segundo eles, em desacordo com suas orientações. Carlos declarou ter repassado R$ 130 mil à Intra, e Flávio, R$ 90 mil. Em maio de 2009, eles foram informados de que tinham um débito de R$ 15,5 mil cada em razão de perdas ocasionadas pela crise financeira de 2008.

"Assustado, o autor disse que não dispunha deste valor em conta corrente, mas entregaria o referido valor em espécie, no intuito de não ter o seu nome negativado e de não recair sobre si a ‘responsabilidade’ pelo não pagamento de funcionários da corretora”, escreveu a defesa de Flávio.

O uso de dinheiro vivo é uma das evidências apontadas pelo MP-RJ sobre a existência da "rachadinha" no antigo gabinete do senador na Alerj.

O relato feito por Carlos é semelhante ao do irmão, descrevendo também o uso de recursos em espécie para pagar o débito de R$ 15,5 mil.

Flávio e Carlos Bolsonaro afirmaram, em nota conjunta, que o pagamento em espécie não configura uma irregularidade. "Não houve qualquer irregularidade na forma de pagamento à corretora, tanto que os irmãos Carlos e Flávio Bolsonaro declararam à Justiça todas as informações necessárias para que pudessem receber reparação. Eles agiram com total transparência, como consta no processo", diz a nota. "O caso tem mais de dez anos e ainda corre na Justiça. Misturar esse processo com outros assuntos é um erro. Apenas alimenta ilações fantasiosas e incentiva a campanha de perseguição promovida contra a família Bolsonaro", finalizam na nota.