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Cientista fala sobre testes rápidos para o coronavírus: 'Não serve para nada. Não comprem'

De acordo com microbiologista, testes sorológicos rápidos devem ser evitados e podem induzir a resultados falsos

Microbiologista Natalia Pasternak
Microbiologista Natalia Pasternak -
A bióloga e microbiologista Natalia Pasternak foi incisiva ao afirmar que os testes sorológicos rápidos para Covid-19 , popularmente vendidos em farmácias, "não servem para nada" e "podem gerar resultados falsos positivos ou negativos" para a doença.
"O teste não vai dizer se você tem o vírus, ele só vai dizer se você teve vírus no passado, gerando anticorpos . Mesmo assim, isso só vai acontecer se ele for bom o suficiente e, em geral, a qualidade deles é duvidosa", afirmou a pesquisadora, destacando que a sensibilidade dos testes "é baixa e pode gerar muitos erros".
"Eles não servem para nada, não comprem. Não deveria ser vendidos em farmácias, mais confunde a população do que ajuda, as pessoas não sabem interpretar os testes".

A cientista, que foi entrevistada nesta segunda-feira pelo programa Roda Viva, reforçou ainda que o teste mais confiável é do tipo RTPCR, que é pouco disponível no Brasil - contexto considerado.


"É grave a gente não ter os testes de RTPCR disponíveis principalmente para profissionais de saúde para fazer diagnóstico , porque esse é o teste que faz o diagnóstico. (...) Isso foi uma escolha do 'desgoverno federal', que não comprou os insumos e não distribuiu para os estados e municípios. Isso deveria ter sido feito pelo Ministério da Saúde. Então temos uma subnotificação, porque não se testa o suficiente", criticou Pasternak.

Natalia Pasternak é fundadora e primeira presidenta do Instituto Questão de Ciência, doutora em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.