Aldeia resiste ao vírus

Em tempo de Covid-19, a Aldeia Maracanã — aldeamento urbano ao lado do estádio de futebol — tem enfrentado a pandemia de coronavírus com poucos recursos, recebendo doações esporádicas e uma significativa conquista: "Não tivemos nenhum infectado", comemora Julia Xavante, promotora de eventos da Universidade Indígena Aldeia Maracanã. Mas para continuar a luta, eles necessitam de ajuda. "Estamos precisando de material de higiene pessoal e limpeza, caminhão pipa, água mineral, e, se possível, uma bateria de carro para usarmos como placa solar. Não temos água, nem luz, nem esgoto. Só resistência", explica.

"Desde que reassumimos a aldeia em 2016, estamos sem água, sem luz, sem sistema de esgoto. São 520 anos de 'rexistência', estamos acostumados a todos os tipos de ataques, racistas, genocida e de ódio, e, principalmente nesse atual 'desgoverno', sempre nos atacando de todas as formas", critica Urutau Guajajara, cacique da aldeia.

Segundo Juliana, a aldeia conta com diversos povos, como Guajajara, Xavante, Puri, Ashaninka, Krikati, Guarani, Tupinambá e Ticuna. "Temos povos que falam suas línguas maternas e outros que tiveram a língua dizimada", detalha. "Infelizmente não posso dar o número de pessoas que estão na aldeia por questão de segurança", acrescenta a indígena.