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Pró-democracia ofende Bolsonaro

Segundo presidente, "estão" começando a colocar as mangas de fora

Por MH

Publicado em 09/06/2020 00:00:00 Atualizado em 09/06/2020 00:00:00
A rampa do Palácio do Planalto foi manchada de tinta vermelha, jogada em sinal de protesto

Em mais um rompante para sua claque matinal na porta do Palácio da Alvorara e ignorando as mais de 37 mil mortes por coronavírus no país, o presidente Jair Bolsonaro disse aseus apoiadores que o "grande problema no momento" são os manifestantes contrários ao seu governo, que realizaram protestos no último domingo em diversas capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília,Belo Horizonte, Goiânia, Belém e Porto Alegre. 

Cabe ressaltar que há semanas, aos domingos há carreatas, caminhadas e manifestações a favor do governo Bolsonaro, onde ele mesmo participa, contrariando as recomendações sanitárias. Nesses atos pró-Bolsonaro são vistas faixas pedindo o fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, a volta da ditadura militar e o retorno do AI-5.

"O grande problema no momento é esse que vocês viram um pouco na rua ontem (domingo). Estão começando a colocar as mangas de fora.É muito interesse que tem no Brasil, de dentro e de fora.Pode ter certeza, eu não vou desistir", afirmou o presidente.

"O Bolsonaro é contra tudo que lembra democracia. Deve estar feliz com os serviços de'ressuscitamentos' que o Ministério da Saúde vai fazer nas estatísticas da covid-19", afirmou Paulo Baía, sociólogo e professor da UFRJ.

Em mais uma fake news governamental, Bolsonaro distorceu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)e culpou governadores pelo desemprego e mortes por covid-19. "Essa questão de emprego e morte: governadores.O Supremo deu todo o poder para eles gerir esse problema.Eu apenas injeto bilhões nas mãos deles e alguns ainda desviam", disse.

Depois de quase três meses desde a primeira morte de coronavírus no Brasil, o presidente destinou R$ 60 bilhões a estados e municípios. Já em relação ao STF, a decisão da Corte apenas deu autonomia para que estados e municípios tomem decisões no âmbitos das medidas de isolamento social. Isso não significa que a responsabilidade pelas mortes e desemprego é desses entes.

Lembrando que o sistema de saúde brasileiro é tripartite. Ou seja, tem a participação de União, estados e municípios, sendo o governo federal detentor da maior parte dos recursos repassados aos outros dois.

 

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