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Cientista da Baixada

Rômulo Neris é um dos sete brasileiros selecionados para estudar a Covid-19 nos EUA

Por Leonardo Rocha

Publicado em 29/06/2020 00:00:00 Atualizado em 29/06/2020 00:00:00
De Caxias, Rômulo Neris faz pesquisas para mapear o coronavírus

Foi no quintal de casa que Rômulo Neris, ainda criança, passou a se interessar por ciência. Nascido e criado no bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele tinha o hábito de observar os insetos que pairavam ao redor, sem imaginar que hoje, aos 27 anos, seria um dos sete brasileiros selecionados para estudar a Covid-19 na Dimensions Sciences, nos Estados Unidos.

Formado em Biofísica na UFRJ, Rômulo é de origem simples e sempre contou com o apoio da família para realizar seus sonhos. Doutorando em imunologia, o rapaz, que concluiu o Ensino Médio em escola particular com bolsa integral, viu no saber a oportunidade de vencer na vida. "Meus pais são humildes, mas sempre me apoiaram. Meu pai dizia que faria o que estivesse ao seu alcance para que a gente (ele e a irmã, formada em Direito) continuasse estudando", afirma o cientista, filho de mãe pedagoga e pai ferroviário.

Rômulo lembra que a inspiração para os estudos surgiu em casa, apesar das condições econômicas desfavoráveis. "É muito bom observar que vim da Baixada. Prova que conseguimos alcançar os mesmos lugares que pessoas mais privilegiadas. A gente não consegue a mesma eficiência por causa da desigualdade social. Com recursos, incentivos e um suporte familiar, teremos indivíduos capazes em todos os ambientes", ressalta o pesquisador, consciente de que serve de exemplo para outras pessoas. "Muitos jovens não têm um núcleo familiar estruturado. Espero que minha história inspire, mas que também possibilite um discurso de melhora e incentivo da educação e ciência no Brasil", diz.