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Prefeito de Volta Redonda fala sobre o atual momento da cidade

Além de fazer balanço de sua gestão, Samuca Silva fala sobre os problemas enfrentados com a pandemia e as medidas de combate ao vírus

Samuca Silva entrega Centro Municipal de Saúde
Samuca Silva entrega Centro Municipal de Saúde -
No aniversário de Volta Redonda, que completa nesta sexta-feira (17), 66 anos de emancipação político-administrativa, o MEIA HORA realiza uma entrevista exclusiva com o prefeito Samuca Silva. Ele fala sobre os problemas enfrentados com a pandemia de covid-19, as medidas tomadas para o enfrentamento do vírus, a preparação da cidade para a crise financeira e os avanços de sua gestão.

MEIA HORA: Volta Redonda completa aniversário de emancipação, mas não terá grandes eventos. Como será a comemoração?

SAMUCA SILVA: Todos os anos realizamos grandes celebrações para comemorar essa data. Infelizmente, diante da pandemia, não há clima para festa. Ultrapassamos 100 mortes por covid-19. Nossa cidade está em luto permanente até o final da pandemia. Por isso, vamos realizar um Culto Ecumênico em homenagem às vítimas e orar pela nossa cidade. Apesar disso, a partir de hoje, o Novo Zoológico Municipal e o Parque Natural Verde serão para pessoas de outros municípios, e conseguimos manter o grupo de risco em casa. Essas ações, muitas vezes duras de serem tomadas, como o fechamento do comércio, precisaram ser feitas para salvar vidas.

Algumas cidades do porte de Volta Redonda tiveram problemas com falta de leitos para atendimento de casos da covid-19. Como foi a preparação da cidade para o aumento de leitos?

No início da pandemia cancelamos todas as cirurgias eletivas para garantir leitos de UTI para a população. Reservamos 19 leitos apenas para casos de coronavírus e, posteriormente, criamos mais oito leitos de UTI, chegando a 27. Agora estamos em processo de implantação de mais 10 leitos, chegando a 37 apenas para covid-19. O que também vai garantir o retorno das cirurgias eletivas. Criamos um hospital de campanha, no Estádio Raulino de Oliveira, abertos à população, porém, serão respeitadas as medidas de prevenção ao coronavírus.

Volta Redonda chegou a ser um dos epicentros das contaminações por coronavírus no estado. Como a cidade conseguiu controlar o vírus?

Através de planejamento e capacidade de gestão. Controlamos isso com decisões rápidas, de cancelamento de aulas, fechamento das atividades econômicas, ampliação da capacidade de atendimento à população, orientação, distribuição de máscaras, fechamento da cidade para pessoas de outros municípios, e conseguimos manter o grupo de risco em casa. Essas ações, muitas vezes duras de serem tomadas, como o fechamento do comércio, precisaram ser feitas para salvar vidas.

Algumas cidades do porte de Volta Redonda tiveram problemas com falta de leitos para atendimento de casos da covid-19. Como foi a preparação da cidade para o aumento de leitos?

No início da pandemia cancelamos todas as cirurgias eletivas para garantir leitos de UTI para a população. Reservamos 19 leitos apenas para casos de coronavírus e, posteriormente, criamos mais oito leitos de UTI, chegando a 27. Agora estamos em processo de implantação de mais 10 leitos, chegando a 37 apenas para covid-19. O que também vai garantir o retorno das cirurgias eletivas. Criamos um hospital de campanha, no Estádio Raulino de Oliveira, com capacidade de atendimento para até 114 pacientes de média complexidade. E nessa unidade agora ficarão esses 10 novos leitos de UTI.

A cidade está voltando aos poucos à sua normalidade, com comércio e demais atividades econômicas abertas. Como isso foi possível?

Estamos nos adaptando ao novo normal. O vírus, apesar de controlado, segue em todo o país. Medidas de prevenção devem ser mantidas. Há uma decisão judicial na cidade que ordenava o fechamento de todas as atividades. Só conseguimos a reabertura através de um acordo, junto com o Ministério Público, que garantiu a flexibilização baseado em metas de acompanhamento do avanço do vírus e nossa capacidade de atendimento hospitalar. Se uma das metas extrapolar, teremos que fechar para diminuir a pressão na rede.

Os gestores públicos se colocam muito preocupados com a questão econômica no pós-pandemia. Como as contas públicas foram afetadas em Volta Redonda?

Fizemos uma gestão financeira estruturante desde 2017, tendo em vista a crise econômica e o grau de endividamento que herdamos. Uma dívida de R$ 1,7 bilhão. Mesmo nessa crise, mantemos os salários em dia, avançamos e investimos. Temos experiência para preparar o município e fazer gestão nes - se momento de crise. Nossa arrecadação caiu 30%. Isso sem contar a queda de repas - ses dos governos estadual e federal. Criamos um programa de ajuste fiscal que prevê a diminuição no valor dos contratos e o enxugamento da máquina pública.

Apesar da crise financeira, no seu quarto ano de mandato, qual o balanço?

Extremamente positivo. Conseguimos desatar os nós da cidade. Entregamos a Rodovia do Contorno, obra que durou mais de 30 anos desperdiçando recursos públicos, a Arena Esportiva e o Hospital Santa Margarida. Abrimos a Clínica de Diálise, o Hospital do Idoso e duas creches. Mudamos gestões hospitalares, iniciamos o pagamento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários de diversos setores da prefeitura. Também estamos fazendo o maior programa de arborização da cidade, que vai plantar até o final do ano 30 mil mudas; melhoramos o ambiente de negócios; fomos por dois anos seguidos a cidade que mais gerou empregos no estado. Avançamos bastante. E com gestão, pós-pandemia, vamos preparar a casa para a cidade voltar a crescer.