A farra dos sem-noção
Bares no Leblon reabrem e ficam lotados de pessoas aglomeradas e sem máscaras
Por MH
Publicado em 04/07/2020 00:00:00 Atualizado em 04/07/2020 00:00:00De um lado, trabalhadores se espremem nos transportes públicos para chegar a seus empregos. Do outro, pessoas com sede de diversão aglomeradas na Rua Dias Ferreira, no Leblon, Zona Sul, na noite de quinta-feira, a primeira com bares e restaurantes reabertos com autorização da prefeitura. A polêmica tomou conta das redes sociais, com muitas pessoas criticando, mas também saindo em defesa dos frequentadores dos bares e fazendo referência a aglomerações pela cidade.
Mas quem realmente entende do assunto acompanhou o caso com preocupação. "É uma bomba-relógio que começou a ser armada, em relação a um possível novo pico da infecção. Por mais que o município e o estado estejam equipados para receber doentes, o que realmente importa é que as pessoas tenham consciência que não podemos nos descuidar. A flexibilização é para a economia e não para os cuidados de higiene e proteção contra o coronavírus", declarou Raphael Rangel, biomédico virologista do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação.
De fato, as duas cenas descritas nem podem ser comparadas porque quem pega transporte público o faz por falta de alternativa, enquanto quem frequenta bares e eventos, como bailes funk, sabe os riscos que estão assumindo em nome da diversão.
Donos e trabalhadores de bares, restaurantes e quiosques tiveram o alívio de voltar a funcionar após mais de cem dias conviver com o descaso dos clientes e a impossibilidade de controlá-los. Faltou fiscalização. Também faltou cidadania e respeito às vítimas.