Dois meses de guerra
A rotina da batalha contra a Covid-19 no Hospital de Campanha do Maracanã
Por Anderson Justino
Publicado em 13/07/2020 00:00:00 Atualizado em 13/07/2020 00:00:00'No início era como se estivéssemos sendo preparados para a guerra", explica Anthony Augusto Carmona, médico cirurgião-geral. "A guerra chegou, e a pergunta era sempre a mesma: Chegou mais um paciente, e agora? Nossa maior dúvida era como tratar uma doença desconhecida". O médico explica como é a guerra diária contra a Covid-19 dentro do Hospital de Campanha do Maracanã (HCampM), na Zona Norte, que completa dois meses de funcionamento.
Aos 34 anos, o curitibano aceitou o desafio de coordenar um dos maiores hospitais de campanha do Rio. Ele teve que deixar em casa a esposa grávida do primeiro filho, ficaram afastados por quase dois meses. "A falta de insumo é sempre maior obstáculo. É um problema nacional. Se a agente não tinha o material 'A', por exemplo, fazia tudo com o material 'B', tudo para preservar a vida do paciente. Muitas vezes as pessoas chegam bem no hospital e, em minutos, a situação muda repentinamente, é necessário entubar. Foi um início complicado, mas agora estamos com nossos leitos quase vazios", explica. Atualmente são 270 especialistas para atender 39 pacientes hospitalizados. São 27 pacientes internados na UTI e 12 na enfermaria. Foram 215 óbitos no HCampM, que dispõe de 200 vagas, 120 de enfermaria e 80 de CTI.