Cinco mulheres que pagaram por procedimentos estéticos na clínica Rainha das Plásticas registraram queixa ontem na 20ª DP (Vila Isabel). Elas fazem parte do grupo de cerca de 40 clientes que cancelaram os procedimentos após a morte da funkeira Fernanda Rodrigues, a MC Atrevida, que se submeteu a uma cirurgia na clínica, e se queixam de que a dona do estabelecimento, Wania Tavares, não deu nenhuma satisfação sobre reembolso.
A promotora de vendas Pamela Cristina, de 28 anos, pagou R$ 1 mil como sinal por uma hidrolipo. No sábado, ela pediu o reembolso e não obteve resposta. Ela conta que, em consulta no dia 3 de abril, desconfiou dos métodos do médico Wilson Ernesto Garlaza Jara — que fez a cirurgia em MC Atrevida — e trocou de médico, mas desistiu quando soube da morte da funkeira.
"Ele me tratou muito mal. Não consegui entender o que ele dizia, porque ele não fala português direito. Ele também disse que a hidrolipo ia tirar as minhas estrias, mas quando pesquisei, vi que esse procedimento não faz isso e fiquei com o pé atrás. Quero meu dinheiro de volta e que isso não aconteça com mais com ninguém", diz Pamela, que não estranhou a cirurgia custar R$ 2,7 mil, abaixo do preço de mercado.
"Não achei suspeito, porque ela (Wania) diz que quer ajudar as pessoas, que cobra aquele valor porque é para pessoas que não têm condições. Ela dá até um carnê e a pessoa faz a cirurgia quando quita o carnê."
A costureira Aline Andrade, de 33 anos, desistiu da hidrolipo, mas já tinha feito exames pré-operatórios e pago R$ 2 mil. "As mulheres precisam ter cuidado para o sonho não virar pesadelo. Pedi o reembolso. Há quase uma semana estou mandando mensagens", reclama.