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Filhos seguem os passos dos pais nas profissões

Mestre Alan Martins herdou a arte da capoeira do pai, Mestre Martins; em Bangu, pai e filho trabalham juntos como sapateiros

Mestre Martins 
e  Mestre Alan Martins juntos na roda de capoeira
Mestre Martins e Mestre Alan Martins juntos na roda de capoeira -
Em um mundo desigual entre mulheres e homens, ter um pai por perto é um privilégio. Mais ainda quando o ofício do mais velho é repassado para o filho, como herança. Alan Martins recebeu do pai bons princípios e as manhas para ser um bom capoeira. O filho do Mestre Martins amarrou a corda e seguiu os passos na arte. A família toca há 50 anos a Associação Grupo Capoeira Martins.
"É uma alegria e uma responsabilidade imensa. Seguir os passos do pai, que é referencia do esporte, não é facil não. Mas, é como estar perto do seu pai durante 24 horas por dia, mesmo estando distante dele. É bom demais!", comenta Mestre Alan, orgulho do pai, também professor. Os dois celebraram o Dia da Capoeira no último dia 3 de agosto. "Qual o pai que não sente orgulho de ver o filho seguindo sua vocação? Ainda mais quando a vocação é formar cidadãos, desenvolver um trabalho honesto. Sinto muito orgulho de ter meu filho nesta trajetória", derrama-se o pai.
Em Bangu, Victor Caeira cresceu entre saltos, solas, colas e peças de couro. O pai, Wagner Caeira, passou para o filho a profissão de sapateiro. "Meu pai tinha loja em casa e trabalhava de carteira assinada fora, como sapateiro. Com uns 12 ou 13 anos comecei a ajudá-lo em coisas básicas. Aprendi a dar pontos na costura, passava cola, e automaticamente ele me dava um dinheirinho por semana. E assim foi. Tive outros empregos: fui telemarketing, trabalhei em bazar, mas não teve jeito. Voltei para a profissão de sapateiro", relembra o filho, que não esconde os percalços de trabalhar com o pai.
"Trabalhar com o pai é mais estressante do que com desconhecido. Mas é preciso entender. A gente conversa em casa sobre o trabalho, mas no trabalho a gente raramente conversa sobre assuntos de casa. Mas meu pai é muito gente boa. Ele me ajudava mais do que eu o ajudo. Meu pai é tudo para mim, tanto no pessoal quanto no profissional. Referência, com certeza. Tenho muito orgulho da profissão".
Mestre Martins e Mestre Alan Martins juntos na roda de capoeira DIVULGAÇÃO
Wagner e Victor Caeira: pai e filho sapateiros ARQUIVO PESSOAL

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