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PM é questionada sobre condições inadequadas de trabalho para policiais na UPP do Borel

Denúncia destaca pontos considerados irregulares pelos órgãos: compartilhamento do alojamento e vestiário entre policiais masculinos e femininos e estrutura inadequada, com colchões no chão, e dificuldades no acesso às armas

Denúncia aponta condições inadequadas de alojamento na UPP do Borel, na Tijuca
Denúncia aponta condições inadequadas de alojamento na UPP do Borel, na Tijuca -
O Ministério Público do Rio e a Comissão de Direitos Humanos da OAB pedem explicações à Secretaria de Polícia Militar do Rio sobre condições inadequadas de trabalho de policiais lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio.

Uma denúncia realizada pelo advogado Fábio Tobias contra a PM e o comandante da UPP do Borel, o capitão Marcellus de Saldanha Maia de Paula, destaca dois pontos considerados irregulares: o compartilhamento do alojamento e vestiário entre policiais masculinos e femininos e a estrutura inadequada de alojamento, com colchões no chão.

A denúncia aponta que o comandante da UPP do Borel determinou que seu efetivo (masculino ou feminino) não poderia mais pernoitar nos alojamentos do 6º Batalhão da Polícia Militar. Tobias sustenta que a determinação seria uma quebra de hierarquia, já que desde 2017 as UPPs passaram a responder diretamente aos Batalhões da área.

"Não obstante a quebra de hierarquia supracitada, o comandante da 1.ª Unidade de Polícia Pacificadora – UPP Borel, determinou que as policiais femininas que compõe o efetivo da OPM (PM),DIVIDISSEM com o efetivo de policiais masculino o mesmo alojamento e banheiro", diz trecho da denúncia.

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública, do Ministério Público, informa que recebeu a denúncia e que apura o caso. O MP informou que enviou cópias à Auditoria Militar que requisitará informações junto à Corregedoria da Polícia Militar. Já a OAB, disse que vai oficiar a Secretaria de Polícia Militar nesta sexta-feira sobre o caso.

O promotor da Comissão de Direitos Humanos da OAB Rodrigo Mondego classifica a situação como vexatória. Os militares estão nestas condições há meses.

"A estrutura já é inadequada, os policiais dormem em colchões no chão, o banheiro é precário. Para piorar, agentes masculinos e femininos têm que dividir alojamento e vestiários entre si.É um caso grave, se fosse qualquer outro serviço público seria tido como gravoso", afirma.

Outro ponto questionado diz respeito ao acesso às armas. Os militares precisam subir para o local de trabalho desarmados, já que as armas ficam nas UPPs. Antes, os militares buscavam o armamento no batalhão e subiam para a UPP armados.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar diz que, assim como as bases da sede da UPP Borel, todas as instalações físicas avançadas da Coordenadoria de Unidade Pacificadora estão passando por reformas estruturais, tendo como prioridade oferecer segurança e conforto aos policiais.

Em relação à questão do armamento, desde o início deste mês de agosto, a Reserva Única de Material Bélico (RUMB) está à disposição dos policiais militares da UPP Borel na base da unidade que fica localizada na Chácara do Céu.

*Colaborou Luana Benedito