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Witzel se mostra indignado com afastamento do governo: 'Mais um circo sendo montado'

'Não há nenhum ato praticado por mim ao longo dos últimos meses que possa caracterizar que, em algum momento, atrapalhei a investigação', defendeu-se em pronunciamento

Governador afastado Wilson Witzel se defende em pronunciamento
Governador afastado Wilson Witzel se defende em pronunciamento -
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel, manifestou indignação com a operação que o afastou. "Mais um circo sendo montado. Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro e já me acusou de perseguir a família dele", declarou, sugerindo ser vítima de perseguição.
Witzel realizou na manhã desta sexta-feira em sua residência oficial, o Palácio Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, um pronunciamento sobre a decisão de seu afastamento do cargo por 180 dias.
"Não há nenhum ato praticado por mim ao longo dos últimos meses que possa caracterizar que, em algum momento, atrapalhei a investigação", defendeu-se. "Querem atingir a mim, ao presidente da Alerj e ao vice-governador", afirmou Witzel.
O governador afastado desafiou a subprocuradora Lindora Araújo, responsável pela a acusação de Witzel na Procuradoria-Geral da República, e disse que a questão entre eles virou pessoal. Witzel disse que Lindora tem relações com o senador Flavio Bolsonaro, ex-aliado que se tornou seu adversário político.
"Desafio apresentar qualquer papel que indique vantagem ilícita por minha parte. Reafirmo que não tenho absolutamente medo da delação desse canalha, Edmar (Santos). O processo penal brasileiro está se transformando em um circo com essas delações mentirosas, que estão sendo produzidas e usadas politicamente", disse.
Witzel negou que tenha envolvimento com o empresário Mário Peixoto.
O governador afastado disse que tomará medidas cabíveis contra o afastamento no Superior Tribunal de Justiça junto aos seus advogados. Witzel afirmou que continuará morando no Palácio Laranjeiras durante o período de afastamento.
A defesa de Witzel (PSC-RJ) disse que recebeu com surpresa afastamento e ressaltou que a decisão foi monocrática, ou seja, tomada por apenas um ministro do STJ.
O afastamento foi determinado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, que negou o pedido de prisão do governador. O STJ também proibiu o governador de ter contatos e acesso a determinados locais. Witzel foi indiciado pelos crimes de formação de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Conforme consta da acusação encaminhada ao STJ, a contratação do escritório de advocacia da primeira-dama Helena Witzel consistiu em artifício para permitir a transferência indireta de valores de Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto para Wilson Witzel. Foram denunciados, neste primeiro momento, o governador Wilson Witzel, sua esposa, a primeira-dama Helena Witzel, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos e Gothardo Lopes Netto.
No total, a operação da Polícia Federal, Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal cumpre, nesta sexta-feira, 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão. Além dessas medidas, em outro inquérito, o também ministro do STJ Jorge Mussi autorizou o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão no estado do Piauí, objetivando coletar provas sobre suposto esquema de nomeação de funcionários fantasmas no governo fluminense para desvio de dinheiro público.