Mais Lidas

Procuradoria Geral da República afirma que e-mail comprova que Witzel forjou contratos

Segundo ministro, escritório de Helena Witzel foi usado para 'escamotear o pagamento de vantagens indevidas ao governador'

Witzel e a esposa, Helena
Witzel e a esposa, Helena -
Na decisão que afastou o governador Wilson Witzel do cargo, redigida pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Benedito Gonçalves, a qual O DIA teve acesso, ele afirma que o escritório da primeira-dama, Helena Witzel, foi usado para "escamotear o pagamento de vantagens indevidas ao governador, por meio de contratos firmados com pelo menos quatro entidades de saúde".

Galeria de Fotos

Emails enviados por Witzel  para a primeira dama Reprodução
A primeira-dama, Helena Witzel Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Primeira-dama Helena Witzel é investigada pagamentos feitos por empresas ligadas ao empresário Mário Peixoto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 30/10/2019 - Lançamento Projeto Seguança Presente na manha de hoje, em Austin, Nova Iguaçu, Baixada Fluminense - na foto, governador Wilson Witzel e a primeira dama, Helena Witzel - foto: Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 30/10/2019 - Lançamento Projeto Seguança Presente na manha de hoje, em Austin, Nova Iguaçu, Baixada Fluminense - na foto, primeira dama, Helena Witzel - foto: Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Witzel e a esposa, Helena Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Helena e o marido, o governador Wilson Witzel: sempre juntos Reprodução
Para isso, o governador Wilson Witzel "forjou contratos com as empresas". É o que sustenta a Procuradoria Geral da República (PGR), que mostrou dados obtidos na nuvem dos computadores apreendidos utilizados pelo governador. Foram encontrados dois emails enviados por Witzel para a primeira dama, Helena Witzel, no dia 19 de março deste ano. Nele, estavam as minutas do contrato de honorários com o Hospital Jardim Amália (Hinja).
Para a PGR, isso "demonstra que ele participou ativamente sua tratativa, forjando o próprio contrato, estando no cargo de Governador do Estado do Rio de Janeiro". O contrato contém os honorários advocatícios pagos para o escritório de Helena Witzel, que acordou em receber o valor de R$ 240 mil para fazer somente uma juntada de procuração para o Hospital.
No entanto, além do valor exorbitante para o ato advocatício, a PGR destacou que a ação do escritório de Helena "foi totalmente inócuo", já que o caso que o Hospital pediu aconselhamento advocatício já tinha sido remetido para o STJ, que suspendera, na ocasião, todos os processos "antes da elaboração do contrato de prestação de serviços jurídicos da primeira-dama nos autos".
Mas, o contrato, classificado como sem efeito jurídico, tinha uma razão, segundo a PGR: "O ato (da assinatura do contrato), por si só, já denota forte indício de corrupção e lavagem de ativos, circunstância que toma proporções ainda mais evidentes ao se notar que a empresa (HINJA) foi beneficiada por ato do Governo do Estado do Rio de Janeiro".
A PGR se refere ao financiamento temporário de custeio do estado à rede hospitalar, dado após a assinatura do contrato, no valor de R$ 5.349.818,40 por ano. O governador nega as acusações.