Solidariedade para enfrentar o frio
Moradores em situação de rua se agrupam para poder sobreviver. Frente fria permanece até terça
Por Anderson Justino
Publicado em 23/08/2020 05:00:00Solidariedade e companheirismo para sobreviver ao frio. Assim, juntos, Rodolfo Machado, de 58 anos, o francês Yannick, de 60, e o mineiro Eli Batista dos Santos, 43, se uniram a um grupo de cerca de 30 moradores em situação de rua debaixo de uma marquise, na Rua do Senado, para enfrentar a madrugada de ontem, uma das mais frias do ano. Em alguns pontos, a temperatura chegou a 10ºC.
"A gente não briga apenas com o frio. Tem a chuva e, principalmente, a fome. Se não ficássemos juntos, morreríamos congelados. Um empresta ou divide cobertor e cama com o outro e, assim, sobrevivemos", diz o pedreiro Rodolfo Machado, que, por conta do vício com a bebida, acabou indo parar nas ruas do Rio.
Para o francês Yannick, a ajuda mútua entre os colegas é o que os mantém vivos. "As pessoas não sabem o que a gente passa. Só mesmo contando com a ajuda dos nossos amigos para superar essa guerra". O francês vive nas ruas do Rio desde o início do ano, quando saiu da prisão após cumprir pena por tráfico internacional de drogas.
Um dos amigos apoiadores é o ativista Leo Motta, ex-morador de rua. Ele é idealizador do projeto 'A rua é casa de muitos, não deveria ser de ninguém', que distribuiu ontem 100 máscaras, 300 sanduíches, 200 copinhos de guaraná, 100 cobertores e roupas, na Carioca. Para contribuir, acesse http://vaka.me/1085134.