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Operação mira ex-vereador Cristiano Girão, Ronnie Lessa e policial militar por assassinato de casal

Polícia acredita que a ação de hoje pode ajudar na investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Agentes em endereço da Gardênia Azul
Agentes em endereço da Gardênia Azul -
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde o início da manhã desta quarta-feira, a Operação Déjà vu, para cumprir seis mandados de busca e apreensão (quatro no Rio e dois em São Paulo) contra a milícia que age na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Dentre os alvos estão o ex-vereador Cristiano Girão, o PM reformado Ronnie Lessa, um dos acusados pela execução da vereadora Marielle Franco (Psol), e o sargento Fábio da Silveira Santana, do 18° BPM (Jacarepaguá).
O grupo paramilitar é apontado como responsável pela participação na morte do ex-PM André Henrique da Silva Souza e sua esposa Juliana Sales de Oliveira, em junho de 2014, na Gardênia. Na ocasião, o casal foi alvejado com vários tiros disparados por criminosos que estavam em um carro e emparelhou com o deles.
Apenas André era alvo dos milicianos. A motivação do crime foi uma disputa territorial entre grupos paramilitares que agem na região. Ronnie Lessa é investigado como um dos executores do crime.
De acordo com o chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), o delegado Antônio Ricardo Nunes, o crime realizado há seis anos tem as mesmas característica dos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
"Os tiros concentrados, o veículo em movimento e até o fato de uma pessoa inocente, que não tinha nada a ver com a situação que era objetivo desses criminosos, que acabou sendo vitimada também, que era uma mulher que morreu junto com o desafeto da milícia da Gardênia", destaca Nunes.
Os mandados no Rio estão sendo cumpridos em endereços residenciais da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Gardênia Azul, e no Complexo de Gericinó, em Bangu, na cela de Leandro Siqueira de Assis, conhecido como Cabeção.
Na casa do sargento do batalhão de Jacarepaguá, os agentes apreenderam eletrônicos, que serão periciados. O PM não estava em casa no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão. O irmão dele foi quem recebeu os agentes.
A polícia acredita que a operação de hoje pode ajudar na investigação da morte de Marielle e Anderson.
"Essa investigação de hoje tem como principal característica o modus operandi dessa quadrilha, dessa organização criminosa", acrescenta o delegado, dizendo que o nome da operação tem a ver com a forma de atuação do grupo.
CASO PATRÍCIA AMIEIRO
O sargento Fábio é um dos quatro acusados no envolvimento no sumiço da engenheira Patrícia Amieiro. No dia 14 de junho de 2008, quando tinha 24 anos, a engenheira estava voltando de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul, quando foi alvo de tiros na saída do Túnel do Joá, na Barra. O carro de Patrícia caiu no Canal de Marapendi. O corpo dela nunca foi encontrado.
Para o MPRJ, os PMs retiraram  o corpo da engenheira e o jogaram no canal para encobrir o crime. Em dezembro do ano passado, Fábio e outro militar (Márcio Oliveira dos Santos) foram inocentados pelo crime de fraude processual do caso. Os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luis do Nascimento, que teriam feitos os disparos, foram condenados por fraude processual, mas foram inocentados pela tentativa de homicídio.
O DIA tenta contato com os citados na reportagem.
Agentes em endereço da Gardênia Azul Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Agentes em endereço da Gardênia Azul Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Agentes em endereço da Gardênia Azul Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
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