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Fraude em contratações

Critérios estabelecidos em edital teriam sido burlados

Profissionais da Saúde fizeram manifestação na porta da Alerj contra o que chamam de
Profissionais da Saúde fizeram manifestação na porta da Alerj contra o que chamam de "perseguição" -

Profissionais da Saúde denunciam supostas fraudes em processo seletivo do Ministério da Saúde para a contratação de até 4.117 temporários, para atuar em hospitais e institutos federais do Rio. O Edital nº 14/2020, publicado no Diário Oficial da União em 31 de agosto, estabelece critérios de pontuação para ranquear os candidatos. Um deles é o tempo de experiência. Porém, eles denunciam que 70% dos profissionais que atuam nessas unidades, alguns há mais de 20 anos, foram reprovados e tiveram pontuação zerada, em detrimento de outros com pouco tempo de formação. 

"É uma afronta às regras do edital e configura fraude. Acreditamos que isso tenha acontecido por vingança, pois os profissionais se mobilizaram diante da demissão de quase 600 pessoas nos hospitais e institutos federais do Rio, em maio, em plena pandemia. A mobilização resultou em liminar da Justiça, que obrigou a realização da seleção. Agora, parece que estão substituindo todos que lutaram por gente nova, sem experiência. Quem perde é a população", denuncia a técnica de enfermagem Christiane Gerardo, do Cardoso Fontes, que também é diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Rio (Sindsprev/RJ).

O edital pretende selecionar profissionais para que seja mantido o número de 4.117 temporários em atuação nos hospitais e institutos federais, cujos contratos vencem em 30 de novembro.

"Isso é um absurdo! O certame tem que ser anulado. Trabalho desde 1997 como enfermeira e instrumentadora cirúrgica no Instituto Nacional de Cardiologia. Isso deveria contar bons pontos. Mas tive a pontuação zerada. É como se minha experiência durante todos esses anos não valesse nada", diz Rita de Cássia Resende.