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Carlos Bolsonaro admite uso de robôs nas redes do pai e dispara: 'Jamais fui covarde'

Filho do presidente prestou depoimento da superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro no inquérito dos atos antidemocráticos

Carlos Bolsonaro
Carlos Bolsonaro -
O vereador e filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Carlos Bolsonaro (Republicanos), afirmou em depoimento na superintendência da Polícia Em depoimento à Polícia Federal no Rio de Janeiro que não é "covarde ou canalha" e assumiu que usa robôs nas redes sociais do pai. A revelação foi feita pelo próprio Carlos em depoimento prestado no dia 10 de setembro, o qual o jornal Folha de S. Paulo teve acesso.

"Jamais fui covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação", disse Carlos Bolsonaro.

O depoimento se deu no âmbito das investigações dos atos antidemocráticos que pediram o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), além da instauração de um novo AI-5, instrumento que endereceu mais a ainda a ditadura militar no Brasil, fechando inclusive órgãos de imprensa.

Carlos ainda foi questionado pelos agentes se ele participa da política de comunicação de órgãos do governo federal, mas ele negou que isso. Segundo o filho do presidente, ele "tem relação apenas com divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal nas contas pessoais do declarante e do seu pai".

Além de Carlos, outro o filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também será ouvido pelos investigadores. A oitiva está prevista para a terça-feira (22). Ambos, porém, prestam depoimento apenas como testemunhas e não pesa nenhuma acusação contra eles.

O interrogatório foi realizado pela delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, encarregada de conduzir as investigações do inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

Antes do início da oitiva, Carlos foi informado do seu direito de permanecer calado e de não responder a perguntas ou de responder a algumas e se calar em outras. Ele, no entanto, não se furtou a responder aos questionamentos.

O vereador negou qualquer relação com a criação ou divulgação de conteúdo caráter antidemocrático e disse que não conhece Sara Giromini. Ela é conhecida como Sara Winter e apontada como líder do grupo de extrema-direita 300 do Brasil, que foi o responsável pelo disparo de fogos de artifício em direção ao prédio do STF.

Relembre o inquérito
O inquérito no qual Carlos e Eduardo estão sendo ouvidos foi aberto em 21 de abril. Ele está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes e foi aberto a pedido da PGR. As investigações têm como objetivo mirar integrantes da militância bolsonarista que participaram das manifestações.
Moraes já determinou mandados de busca e apreensão, quebra do sigilo bancário e outras diligências contra dez deputados federais, um senador e diversos outros apoiadores do chefe do Executivo.