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Alerta nas UTIs

Taxa de ocupação de leitos no município do Rio chega a 80% e preocupa especialistas

Aglomerações, como no Calçadão de Campo Grande, aumentam o risco de contágio pela Covid-19
Aglomerações, como no Calçadão de Campo Grande, aumentam o risco de contágio pela Covid-19 -

Mesmo diante do número estável de pacientes de Covid-19 internados na Rede SUS do município, a taxa de ocupação de UTIs, indicador mais grave da pandemia, vem aumentando neste mês. Segundo dados da Rede SUS, a taxa está em torno de 80%. No mês anterior, chegou a 61%, no dia 8. Ontem, estava em 81%, mas já chegou a 87%, no dia 14.

Segundo a prefeitura, o aumento da taxa de ocupação nas UTIs se deve ao fechamento de unidades de referência, como os hospitais de campanha do Parque dos Atletas, na Barra, por conta da queda da curva epidemiológica após o pico do contágio, entre abril e maio.

Segundo Margareth Portela, pesquisadora da Fiocruz, a taxa acima dos 80% é crítica, e acende o alerta vermelho de acordo com parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ela, mesmo com a queda de números de casos, a situação ainda não é confortável.

"Me pergunto se as desativações de hospitais de campanha não são precoces. A taxa de ocupação de UTI em 80% é alarmante e configura uma zona crítica. Em poucos dias, é possível que ela dê um salto enorme. Para falar em relaxamento, é necessário que a taxa esteja abaixo dos 60%. Depois do pico da doença, atingimos uma estabilidade, mas ela ainda não é confortável", avalia.

Outro dado preocupante é a taxa de transmissão da doença no Rio: "Já tivemos índice de uma pessoa com potencial para infectar outras três. O nível está de um para um, mas , para ser confortável, é preciso algo em torno de uma pessoa infectando 0.2".