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Empresas de ônibus demitem

Em uma semana, quase mil trabalhadores na rua

Por Letícia Moura*

Publicado em 05/09/2020 00:00:00 Atualizado em 05/09/2020 00:00:00
Segundo o sindicato, o Grupo Jal demitiu quase 600 funcionários

Em meio ao cenário caótico no transporte urbano do estado — intensificado pela pandemia da Covid-19 —, as demissões em massa assombram funcionários das empresas de ônibus. Entre quarta e quinta-feira, quase 600 trabalhadores foram demitidos do Grupo Jal, dono das empresas Flores, Mageli e Planalto, segundo Claudio Monteiro, diretor de Relações Públicas do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Nova Iguaçu. O Grupo Jal confirmou apenas 300 demissões.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários do Rio, Antônio Bustamante, as demissões em outra empresa, a Viação Jabour, devem ultrapassar o número de 300 profissionais, entre motoristas, cobradores, fiscais mecânicos e trabalhadores administrativos. O sindicalista acrescenta que 110 trabalhadores foram desligados da Viação Tijuquinha no início do mês.

Há 23 anos na Flores, um cobrador relatou que estava sem trabalhar desde março, por decisão da empresa, e não recebia mais o salário, apenas uma cesta básica de R$ 180. Na carteira de trabalho, segundo o funcionário, a empresa já deu baixa com data de 29 de novembro.

Os trabalhadores da Viação Jabour, na Zona Oeste do Rio, também foram pegos de surpresa com a demissão coletiva. "Eles queriam parcelar o salário em até 15 vezes, não queriam pagar a multa dos 40% integral. Mostramos uma contraproposta para reduzir o número de parcelas e pedimos que não tenham valor inferior ao salário", diz Bustamante.