Mais Lidas

Novo secretário vai ter que explicar exoneração de auditores que investigam irregularidades na Saúde

Sete servidores que trabalhavam no órgão de fiscalização interna da Secretaria estadual de Saúde foram dispensados

Funcionários detectaram problemas nos gastos do governo do estado durante a pandemia
Funcionários detectaram problemas nos gastos do governo do estado durante a pandemia -
O deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB) enviou, nesta quarta-feira, um ofício para que o novo secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves de Carvalho, explique a exoneração do corregedor e de seis auditores responsáveis por investigar irregularidades da pasta. Os sete funcionários trabalhavam no órgão de fiscalização interna da secretaria, descobriram várias irregularidades nos últimos meses e foram dispensados no último dia 29.
Chaves tem 72 horas para responder ao ofício de Ferreirinha, que é relator da Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus no Rio.
O deputado também sugeriu que a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Alerj) convoque os sete servidores para prestar esclarecimentos. O parlamentar quer saber o motivo das exonerações, descobrir se aconteceu algum tipo de perseguição política por causa do trabalho de controle interno e se a auditoria na secretaria será prejudicada.
Os servidores exonerados:
1. Thiago Couto Lage, ex-corregedor Geral da Secretaria de Saúde
2. Leonardo da Silva Morais: subsecretário de Controle Geral
3. Eduardo Waga: ex-ouvidor Geral
4. Robson Ramos Oliveira: ex-superintendente de Governança, Conduta e Ética, da Subsecretaria de Controladoria Geral
5. Marcelle Medeiros de Souza: ex-assessora técnica de Monitoramento de Demandas
6. André Lemgruber Asth: ex-coordenador de Auditoria Operacional da Superintendência de Auditoria Geral
7. Luciano Batista Vilhete, ex-ajudante II
De acordo com o deputado, em julho deste ano, Thiago Lage começou a investigar as responsabilidades administrativas na contratação da organização social (OS) Iabas, escolhida para construir e gerir os hospitais de campanha do governo do estado. Foi na gestão de Lage que a corregedoria da Saúde identificou, por exemplo, que a proposta da OS foi feita antes da abertura do processo de licitação.
"É um caso estranho. Estes servidores estavam investigando as irregularidades na Secretaria de Saúde e foram exonerados. Precisamos saber se houve alguma retaliação e quem dará seguimento ao crucial trabalho de auditoria. Depois de tudo que aconteceu na gestão da Saúde do Rio em plena pandemia, não dá para ficar sem fiscalização, tanto externa quanto interna. Por isso, enviei ofício ao novo secretário e sugeri à Comissão de Saúde a convocação dos 7 servidores", explicou Ferreirinha.