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Zoológico está na mira de operação que apura denúncias de maus-tratos aos animais

Ação da especializada acontece um dia após a Comissão de Defesa dos Animais da Câmara fazer uma visita ao local

Polícia faz operação no zoológico
Polícia faz operação no zoológico -
Rio - Agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizam, na tarde desta quarta-feira, uma operação para apurar denúncias de maus-tratos no zoológico do Rio, na Quinta da Boa Vista, Zona Norte do Rio. A ação da especializada acontece um dia após a Comissão de Defesa dos Animais da Câmara fazer uma visita ao local.

Paralisadas desde o início da pandemia, as obras no zoológico do Rio foram interrompidas novamente na manhã desta terça-feira. O motivo da paralisação foi a vistoria feita pelo Presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Câmara, Luiz Carlos Ramos Filho, ao lado de outros integrantes da CPI que apura supostas irregularidades na concessão do parque.

O diretor-geral, Manoel de Paulo, informou que as obras estão em andamento, mesmo que nenhum operário tenha sido visto no canteiro maior. Representantes da Catarata, empresa que venceu a licitação para gestão do parque, explicam que há um controle de ruídos para que as obras não ultrapassem 50 decibéis. "As obras hoje não estão paradas. Elas têm ritmo", justificou Fernando Sousa, diretor de sustentabilidade do parque. Ele também disse que, a obra que começou em 2018, parou em 17 de março devido a pandemia do novo coronavírus e retornou em setembro.

Trezentos animais foram transferidos para zoológicos parceiros, mas o vereador Luiz Carlos alega o contrário. "É estranho que recebemos denúncias de que os animais estariam estressados por causa da obra e, justamente hoje, os trabalhos são parados e reina o mais absoluto silêncio”, disse Luiz Carlos. A empresa entregou à comissão um documento com inventário dos animais. “Vamos analisar os documentos e convocar a empresa e a riozoo para prestar esclarecimentos, para tirarmos as nossas conclusões com isenção”, completou o vereador.

Ao longo das obras foram encontrados 50 mil peças arqueológicas, doadas pelo acervo do Museu Imperial. "Tivemos que resguardar todo esse patrimônio, o que também retardou as obras", disse Fernando Sousa.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que após a vistoria no local nesta manhã e por conta de desaparecimentos de animais e aumento no número de óbitos, foi instaurado procedimento para apurar as informações. Além disso, disse que os responsáveis pelo zoológico serão intimados a depor.

"A delegacia irá solicitar os documentos dos animais, laudos de necropsia dos animais mortos, registros referentes aos desaparecimentos e informações de para onde alguns animais foram transferidos. Os agentes aguardam, ainda, o laudo pericial realizado no local hoje", finalizou a Polícia Civil.
Polícia faz operação no zoológico Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Polícia faz operação no zoológico Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Polícia faz operação no zoológico Reginaldo Pimenta / Agência O Dia