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Campanha faz alerta para os perigos dos transportes clandestinos

Este ano foram mais de 930 apreensões de ônibus clandestinos

Na volta para casa, após a prova, candidatos lotaram as paradas a espera de ônibus ou fizeram uso de transporte pirata (Elza Fiuza/Agência Brasil)
Na volta para casa, após a prova, candidatos lotaram as paradas a espera de ônibus ou fizeram uso de transporte pirata (Elza Fiuza/Agência Brasil) -
Rio - A Associação Brasileira das Empresas de Transportes de Passageiros (Abrati) está lançando, nesta quarta-feira, a campanha “Sua Vida Vale Mais. Diga Não ao Transporte Clandestino”, que alerta a população para os riscos dos transportes ilegais. Durante uma coletiva de imprensa virtual, o presidente da Abrati, Eduardo Tude, e a conselheira da Associação, Letícia Pineschi, apresentaram os riscos que representam o transporte irregular e os números de apreensões de ônibus clandestinos em todo o país.

Este ano foram mais de 930 apreensões de ônibus e mais de dois mil Autos de Infração pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com mais de 28 mil passageiros restituídos ao transporte regular. De acordo com a agência, o risco é grande porque o transporte clandestino mata, além de citar algumas questões como os antecedentes criminais dos motoristas de ônibus que não são verificados, a falta de treinamento, ausência de testes toxicológicos periódicos, aferição alcoólica ou de outros medicamentos pré-jornada.

“Toda essa irresponsabilidade, não apenas coloca em risco a vida de milhões de passageiros em todo o Brasil, mas também ceifa milhares de vidas de outros viajantes que circulam nas rodovias”, afirma Tude.

Ao contrário dos motoristas clandestinos, os condutores do transporte regular seguem as regras da ANTT e contam com padrões de treinamentos, testes toxicológicos, alojamentos para descanso e têm toda a sua vida pregressa civil e criminal verificada antes de serem contratados.

A Abrati também alerta para os números, é crescente a quantidade de veículos rodoviários ilegais no Rio de Janeiro e São Paulo. Um levantamento realizado pelo Setpesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do estado de São Paulo), no Rio são realizadas cerca de 6.801 viagens ilegais por mês, totalizando 81.612 por ano. Outro levantamento feito pelo Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro) mostra que somente em 2020 foram mais de 1.300 veículos irregulares apreendidos e retirados de circulação.

As condições dos veículos também são levadas em consideração. Como eles não são autorizados e não passam por vistorias ou cumprem com os protocolos sanitários, são apreendidos quando fiscalizados. “É um tiro no escuro. Você entra no clandestino e não faz ideia se o ônibus pode quebrar e causar algum acidente, não sabe se o motorista está preparado para aquele trajeto. A segurança é zero”, afirma Pineschi.

Nesta quinta-feira será o “Dia D” da Campanha, com mobilizações contra o transporte clandestino na internet e em terminais rodoviários do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Belém, João Pessoa, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, São Luís e Recife. Até o dia 3 de novembro a rodoviária do Rio deve movimentar mais de 138 mil passageiros em função do feriado. A blitz da Abrati ocorrerá de 7h às 13h.