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'Arriscaram suas vidas para salvar pacientes', conta presidente de sindicato sobre ação de enfermeiros durante incêndio

Mônica Armado ainda conta que não existe um preparo para lidar com situações de emergência como a que atingiu a unidade nesta terça-feira (27)

Aposentado Milton recebeu alta nesta quarta-feira do Hospital Federal de Bonsucesso
Aposentado Milton recebeu alta nesta quarta-feira do Hospital Federal de Bonsucesso -
A correria dos profissionais da saúde tentando ajudar os pacientes do incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) na manhã desta terça-feira (27) chamou a atenção de todo o Brasil. Segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Mônica Armado, o esforço conjunto dos profissionais ajudou a salvar muitas vidas. 

"Foram os profissionais que fizeram toda a diferença. Pois com toda dificuldade de infraestrutura que o HFB tem, tivemos 'apenas' três mortes. Mas não podemos esquecer que esses profissionais arriscaram as suas vidas para salvar as vidas dos pacientes. Além disso, os profissionais ficaram expostos a todo momento à covid-19", diz a presidente do sindicato.

Mônica ainda conta que não existe um preparo para lidar com situações de emergência como a do incêndio que ocorreu ontem. "O correto seria ter esses protocolos todos escritos e com devidos treinamentos para os funcionários", lamenta.

"No hospital de Bonsucesso não há equipamento de proteção contra incêndio. Nenhum hospital público do município Rio de Janeiro está preparado para um incêndio de grandes proporções. Esses hospitais são muito antigos e nunca tiveram uma grande obra de reforma. São feitas apenas obras de maquiagem", completa. 

Antes do incêndio

O HFB já enfrentava diversos problemas, muitos por conta do despreparo para lidar com a pandemia do coronavírus. De acordo com a presidente do sindicato, os setores não eram preparados para receber os pacientes da covid-19, precisando realizar diversas adaptações. "Foi gasto muito dinheiro nessas adaptações e, com certeza, deixou de se investir em obras de infraestrutura", explica.
Até às 11h desta quarta-feira, o HFB contava com cinco pacientes no ambulatório e dois no CTI pediátrico, segundo informações de Mônica Armado. De acordo com ela, ainda não há uma definição por parte do Ministério da Saúde sobre o que será feito com os profissionais da saúde que trabalham na unidade. "A princípio, o hospital não irá funcionar".

Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento da matéria sobre as questões apontadas pela presidente do sindicato.
*Estagiária sob supervisão de Cadu Bruno
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