Rio - Solange da Conceição Muniz, tia de Marco Paulo Luiz, de 39 anos, a terceira vítima do incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) na manhã desta terça-feira, disse, em vídeo feito pelo repórter fotográfico do DIA, Reginaldo Pimenta, que se tivesse condições, não teria deixado o sobrinho internado na unidade de saúde. Ainda segundo Solange, o rapaz morreu enquanto estava sendo transferido para outro hospital. No momento do incidente, a vítima estava no segundo andar do prédio. A morte de Marco era suspeita de covid-19, após inicialmente ser tratada como pneumonia.
Solange afirma que médicos não sabiam qual problema o sobrinho tinha. Em seu atestado de óbito, alegaram pneumonia como a causa da morte.
— Jornal O Dia (@jornalodia) October 28, 2020
Crédito: Reginaldo Pimenta / Agência O Dia pic.twitter.com/AiSHs09JH1
"Eu não sabia que aqui corria risco de incêndio, senão, não traria ele para cá. Eu não saía de Belford Roxo para vir para Bonsucesso. Ele morreu durante a transferência. O andar que pegou fogo foi o que ele estava. A gente ia vir para a visita às 12h e a confusão começou 9h", conta.
Solange ainda relatou que não sabia qual era o problema de Marco e que o caso dele se agravava cada vez mais. "A gente [família] não sabia nem o que que ele tinha. Não tinha exame. Suspeitavam de uma doença, depois viram que não era. Conclusão, na certidão de óbito dele botaram que era pneumonia", afirmou a tia.
Além disso, ela alega a demora do hospital para transferir o sobrinho para o Centro de Terapia Intensiva (CTI). "Ele estava entubado. A pessoa ficou 16 dias entubada esperando uma vaga para o CTI. Não tinha, gente? Transferiram ele só na segunda-feira (26) de tarde. Esse incêndio foi ontem", disse Solange com a voz embargada.
A reportagem do DIA procurou o hospital para esclarecer a demora na transferência de Marco para o CTI. Não obtivemos retorno até a publicação desta matéria.