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Bolsonaro defende decreto do SUS e diz que pode reeditá-lo

Presidente afirmou que unidades de saúde ficarão 'abandonadas e jogadas no lixo' enquanto não forem oferecidas à iniciativa privada

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes -
São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores na noite desta quarta-feira, poucas horas após recuar e revogar o decreto que abriu caminho para privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), que pode reeditar o decreto caso haja um entendimento melhor sobre o que o governo estuda fazer com as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que haviam sido incluídas no projeto de concessões e privatizações do Executivo.
Bolsonaro reclamou das críticas ao decreto, garantiu que "não existe privatização do SUS" e revelou que só decidiu por revogar a permissão para estudar a inclusão das unidades básicas de saúde no projeto de concessões porque "estava virando um monstro", referindo-se à grande reação negativa ao plano do governo.

"O pessoal falou que era privatizar, eu revoguei o decreto. Deixa. Quando tiver o entendimento do que a gente de verdade quer fazer talvez eu reedite o decreto. Enquanto isso vamos ter mais de 4 mil unidades abandonadas jogadas no lixo sem atender uma pessoa sequer", afirmou o presidente.

Editado na terça e assinado por Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, o decreto repercutiu na quarta e teve grande rejeição, tanto nas redes sociais quanto no Congresso e entre especialistas e secretários de Saúde.

Apesar de ainda defender a medida, o presidente preferiu revogar o decreto por conta das reações, mas horas depois ele admitiu que pode reeditar o texto, que seria melhor explicado pelo governo.

Bolsonaro saiu em defesa da medida conversando com os apoiadores. Segundo ele, o decreto permitiria concluir 4 mil UBSs que hoje tem obras paradas e sofrem seu recursos para comprar equipamentos e contratar pessoal.

"Não existe privatização do SUS. Fizemos o ano passado no tocante a creches. As UBSs e UPAs são mais de 4 mil que estão inacabadas. E não tem dinheiro. Em vez de deixar deteriorar, gostaríamos de oferecer à iniciativa privada. Qualquer atendimento ali feito pela iniciativa privada seria ressarcido pela União", garantiu.