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Vídeo mostra fiscal do TRE-RJ sacando a arma durante ação de fiscalização

Candidatura coletiva A Liga fazia campanha em Anchieta com boneco do prefeito Marcelo Crivella

Momento em que fiscal do TRE-RJ saca a arma
Momento em que fiscal do TRE-RJ saca a arma -
Rio - A candidatura coletiva A Liga (PSB) divulgou neste sábado um vídeo em que um fiscal do TRE-RJ saca a arma durante uma operação de fiscalização no bairro de Anchieta. O grupo acusa o fiscal, que também é policial militar, de não apresentar nenhum documento e dizer que o mandado fora enviado por WhatsApp por uma juíza. Já o TRE confirmou a ação e disse que houve "resistência e desacato". 
Foram apreendidos sistema de som e um boneco manequim que satiriza o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) da candidatura. O material foi levado para a 4ª zona eleitoral (Jardim Botânico) como propaganda eleitoral irregular. Em nota, o TRE disse que a equipe de fiscalização da 4ª Zona Eleitoral "flagrou uma barraca irregularmente instalada em frente a um supermercado por militantes do Partido Socialista Brasileiro (PSB)".
O fiscal, que não usava máscara assim como seu companheiro, sacou a arma quando Pedro Gerolimich, o Pedro do Livro, tentou impedi-lo de levar a caixa de som. E ainda disse: "Não chega perto de mim. Aqui é o 3º sargento de Polícia Militar".
Pedro, o representante da Liga que aparecerá na urna eletrônica, afirmou que o grupo já havia sofrido represálias outras vezes por utilizar o boneco como forma de criticar Crivella durante a campanha.
"Há duas semanas também estávamos em Anchieta e alguns apoiadores do prefeito vieram, ficaram nos encarando e tiraram fotos. Na semana passada optamos por não usar o boneco, mas hoje colocamos. Minutos antes dos fiscais chegarem passou uma carreata em apoio a Crivella. O fiscal veio de forma truculenta, sem mostrar identificação, apenas com o colete do TRE, e não apresentou documento. Nosso material não tem nada de irregular, não há problema algum no boneco, que não estava preso em local público. Ele disse que ia levar o material por propaganda irregular e que ia ser por bem ou por mal. Isso é muito grave, foi inconsequência total sacar a amar na rua, cheio de pessoas", afirmou Pedro Gerolimich.
Ainda na nota do TRE, a juíza da 4ª ZE responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral na Capital, Luciana Mocco,  esclareceu que a maioria dos fiscais eleitorais são cedidos pela Polícia Militar. “Trata-se de uma medida importante para garantir a segurança das próprias equipes e também a ordem pública. Mesmo cedidos à Justiça Eleitoral, esses policiais mantêm os deveres de ofício, agem na garantia da lei e têm porte de arma”, afirmou a magistrada, que completou. "Tudo indica que o policial tirou a arma porque havia uma ameaça de injusta agressão. Mas o incidente será apurado com rigor e, caso seja constatado qualquer tipo de abuso, tomaremos as providências”.
Por fim, o TRE disse que os fiscais se apresentaram e orientaram, algo que o grupo A Liga garantiu não ter acontecido. A nota da assessoria do Tribunal também afirmou que, em logradouros públicos, "a legislação eleitoral permite exclusivamente o uso de bandeiras e a colocação de mesas para distribuição de material de campanha, desde que não atrapalhem a circulação de pessoas e veículos (artigo 37, parágrafo 6º da Lei 9504/97)".