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Em meio a vaivém sobre retorno presencial, professores avaliam decretar greve total no Rio

Após o prefeito Marcelo Crivella liberar o 'retorno voluntário' das unidades da Rede Municipal do Rio, profissionais foram convocados para comparecerem às escolas na terça-feira (10), mas a decisão foi suspensa na noite deste domingo

Secretaria Municipal de Educação informa que planeja retorno das aulas presenciais no 9º ano e no último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental
Secretaria Municipal de Educação informa que planeja retorno das aulas presenciais no 9º ano e no último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental -
Rio - Às vésperas das eleições municipais, uma confusão sobre a retomada das aulas na rede municipal do Rio levou o Sindicato dos Profissionais de Educação a convocar uma assembleia para deliberar sobre uma greve integral caso os profissionais sejam convocados a retornarem as atividades presenciais.
Após o prefeito Marcelo Crivella anunciar na última terça-feira que as escolas da Rede Municipal de Educação poderiam "reabrir voluntariamente", as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) realizaram reuniões e determinaram o retorno dos professores às escolas a partir desta terça-feira. Os alunos voltariam na semana que vem, no dia 17. A decisão, no entanto, foi revista na noite deste domingo.
Por volta das 21h da noite, os CREs dispararam email às diretorias informando que o retorno dos professores e demais profissionais para o dia 10 está suspenso até nova determinação da SME. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação marcou uma reunião para as 15 horas desta segunda-feira para entender o posicionamento da Secretaria Municipal de Educação sobre o retorno.
"Vamos tentar entender o 'disse me disse'. A sensação que a gente tem é que o prefeito está tentando usar o retorno às aulas presenciais eleitoralmente. O resultado deste domingo (15) vai interferir nas vidas dos profissionais de educação. Ele está usando este debate como pauta política", critica a coordenadora da capital do Sepe, Duda Quiroga.
A Secretaria Municipal de Educação informa que está planejando com os coordenadores regionais de Educação os procedimentos de retorno das aulas presenciais no 9º ano da Rede Municipal e também no último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental. A volta às aulas, diz a pasta, será voluntária para os estudantes – os pais decidirão se levarão os filhos.
A SME diz ainda que nesta semana ocorrem reuniões com professores, conselhos de pais e responsáveis, direções de unidades para alinhar detalhes para o retorno presencial de parte dos alunos. 'Quando for ocorrer o retorno dos alunos será amplamente divulgado", finaliza.
Sepe está com assembleia marcada para terça-feira
O Sindicato dos Profissionais de Educação marcou uma assembleia virtual para às 9h desta terça-feira, que até a manhã de hoje contava com quase 700 inscritos. O Sepe decide se mantém a greve, que está em caráter parcial, apenas para atividades presenciais, se amplia a greve também para o trabalho remoto ou se a suspende.

"Até o presente momento, a greve era apenas presencial. Mas, uma parcela dos profissionais discute a adesão a uma greve total, inclusive das atividades remotas, caso todo mundo tenha que voltar ao presencial", explica a coordenadora do Sepe Duda Quiroga. O Sepe está em greve parcial desde o dia 30 de julho.

O sindicato entende que não há condições sanitárias para o retorno das aulas presenciais. Problemas como falta de água, acesso restrito às despensa - que não dispõem de porta para a rua, obrigando o trânsito de funcionários de outras empresas dentro do refeitório -, falta de ventilação nas salas, número limitado de banheiros, além da quantidade de alunos por turma, são apontados como gargalos para o cumprimento dos protocolos sanitários em unidades da rede.

A SME diz que protocolos de segurança indicados pela Vigilância Sanitária serão cumpridos para que seja garantida a segurança da comunidade escolar. Segundo a pasta, haverá redimensionamento dos espaços utilizados e disponibilização dos produtos necessários para a higienização pessoal e do ambiente escolar.

Na rede pública da cidade do Rio apenas o terceiro ano do Ensino Médio, da Rede Estadual de Ensino, retornou às atividades.