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Cláudio Castro fala sobre eleição para procurador-geral da Justiça

Governador em exercício também falou sobre a Operação Catarata, na qual ele foi citado por receber propina

Governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro
Governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro -
Rio - O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, não se comprometeu a nomear para procurador-geral de Justiça o mais votado no Ministério Público do Rio. A eleição acontece em dezembro. Em entrevista ao vivo ao Bom Dia Rio, da TV Globo, na manhã desta terça-feira, Castro disse que "estão antecipando muito esse debate". O governador recebe uma lista tríplice, com o nome de três candidatos mais votados ao cargo. 
"Estão antecipando demais esse debate, não teve nem a eleição ainda. Eu só recebo essa lista no dia 4 de janeiro. O que a legislação fala é que eu tenho que decidir entre a lista tríplice, eu vou esperar a lista tríplice e decidir dentro dela. Essa é a questão real, estão antecipando muito esse debate, estão politicando um debate que não é político, é um debate técnico, de ver o melhor nome e estão deixando de discutir coisas importantes", afirmou.
Quando questionado se ele escolheria o nome mais votado da lista, ele afirmou apenas que "vou esperar a lista chegar e tomar a minha decisão, que é o que manda a legislação". 
O governador deve escolher entre os três mais votado para chefiar o Ministério Público do Rio. Há uma tradição, no entanto de 15 anos, em que o mais votado, ou seja, o primeiro da lista tríplice enviada ao Governo pelo MP tem sido nomeado.
Castro também foi questionado sobre a Operação Catarata, que investigou a fraude em contratos de licitação para a Fundação Leão XIII. O atual governador foi citado por receber uma propina de R$ 100 mil reais para beneficiar a empresa Servlog Rio em contratações com o município do Rio no Projeto Qualimóvel na época em que era vereador e ocupou a Subsecretaria Municipal de Proteção à Pessoa com Deficiência. 
"Eu garanto à população uma coisa: a minha tranquilidade nesse processo é tanta, que eu processei o delator. A lei da delação é claríssima, o delator tem que apresentar provas, esse delator não apresentou prova alguma contra mim. Então, eu o processei para forçar ele mais ainda a apresentar essas provas, acho que alguém que processa o outro querendo as provas tem a maior tranquilidade do mundo", alegou ele.
Ele também falou sobre as imagens que mostram ele chegando a sede da empresa investigada com uma mochila. Imagens divulgadas pela TV por assinatura GloboNews mostram Cláudio Castro com o empresário Flávio Chadud no elevador do bloco em que fica a empresa deste último, a ServLog, no Shopping Downtown, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Segundo a denúncia do MP-RJ a empresa era beneficiada em contratatações fraudulentas para serviços de assistência social para o estado e prefeitura do Rio. A empresa no shopping era o local em que os agentes políticos que participavam do esquema recebiam o dinheiro ilícito, segundo os investigadores.
Castro foi flagrado embarcando no elevador com Chadud na manhã do dia 29 de julho de 2019, véspera da primeira fase da operação, enquanto era vice-governador. A Fundação Leão XIII era subordinada à vice-governadoria do estado. Chadud também foi preso na Operação Catarata.
Na entrevista, Castro informou que naquele dia foi encontrar um amigo, "que já era um amigo muito antes de eu ser, inclusive, vereador". 
"Seria complicado se eu tivesse entrado sem mochila e saído com mochila, isso seria um ponto", afirmou. 
Ele ainda afirmou que "o resto está sendo explicado dentro da Justiça" e não se sentia confortável em falar sobre uma investigação que ocorre em segredo de Justiça.